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Enviada em: 22/10/2017

Ocasionada pela predisposição genética e pelas influências do contexto sociocultural na saúde mental dos indivíduos, a depressão, patologia psicossomática considerada o “mal do século”, é um desafio para médicos e pacientes. Percebe-se, na atualidade, uma elevação drástica na quantidade de púberes depressivos que, infelizmente, não vem sendo acompanhada de políticas governamentais efetivas de profilaxia e combate. Dessa forma, convém analisar as vertentes oriundas da problemática supracitada.   Primeiramente, é preciso pontuar que, segundo Émile Durkheim, filósofo francês, as coerções sociais exercidas sobre os jovens são peças-chave no crescimento dos casos depressão. A sociedade civil, nesse sentido, incentiva a adequação dos púberes aos padrões aceitos pela coletividade nas diferentes dimensões da vida. Espera-se, por exemplo, que os jovens estejam preparados para cumprir papéis previamente definidos, aliando êxito profissional, sucesso nas relações interpessoais e a ampla capacidade de resolução dos problemas ocasionados pelas gerações passadas. Fica evidente, portanto, a sobrecarga física e emocional imposta aos indivíduos, o que confere, assim, grande vulnerabilidade à depressão.    É crucial destacar, ainda, que a ausência de conhecimento sobre as patologias mentais exerce papel preponderante na dificuldade de identificação dos sintomas da depressão, o que, sem dúvidas, impossibilita o tratamento médico adequado e o auxílio psicológico dos enfermos. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, por exemplo, observa-se que 50% dos cidadãos apresenta depressão e não sabe. Tal circunstância agrava os quadros clínicos, podendo, inclusive, intensificar alterações comportamentais e a prática de suicídio. Prova disso é que, consoante estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa a 3ª posição no ranking mundial de países com os maiores índices de depressão entre a população, sendo que, o suicídio é a segunda causa evitável que mais provoca a morte dos jovens.    Destarte, o estabelecimento de diretrizes é imprescindível para arrefecer esse cenário. Portanto, as Organizações Não-Governamentais (ONGs), com o apoio das mídias televisivas, podem promover a veiculação de campanhas publicitárias de sensibilização do público-alvo, encorajando-o na procura pela ajuda especializada, ampliando, assim, a propagação de informações acerca da depressão e a exposição dos malefícios da cobrança social excessiva sobre os jovens. Ademais, o Ministério da Saúde pode investir na contratação de maiores contingentes de profissionais de saúde para o atendimento psiquiátrico dos pacientes portadores de depressão, ofertando, então, o tratamento gratuito. Afinal, o aperfeiçoamento do presente garantirá o pleno equilíbrio do futuro.