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Enviada em: 24/10/2017

A Constituição Federal de 1988 — norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro — assegura a todos a saúde e o bem-estar. Entretanto, diante dos frequentes casos de depressão na população jovem, é notório que esse direito não é garantido. Nesse contexto, deve-se analisar como a questão social e como a negligência do Estado contribuem para a perpetuação da problemática.     Em primeiro plano, cabe pontuar que a depressão ainda é cercada de desconhecimento e preconceito por parte da sociedade. Na obra "Modernidade Líquida", o sociólogo Zygmunt Bauman cita que o individualismo é uma das principais características da pós modernidade o que mantêm as relações sociais artificiais e fluidas. Nesse sentido, tal fragilidade nas relações afetam diretamente os jovens. Com efeito, o grande desafio em lidar com as incertezas e a pressão social, sem possuir a empatia por parte do outro  ocasiona em uma vulnerabilidade emocional.      Além disso, é necessário que o poder público modifique sua estratégia na orientação da população a respeito da depressão. Dados da OMS revelam que o Brasil é o país com a maior prevalência de depressão na América Latina. Todavia, apesar dos dados alarmantes, a omissão do Estado com políticas voltadas à informação e esclarecimento sobre o assunto é notória. Logo, a doença mental ainda é banalizada e os tratamentos devidos não são experimentados pela população pela população jovem.    Torna-se evidente, portanto, que a situação é grave e precisa de mudanças no campo social e político. Nesse sentido, o Ministério da Saúde, por meio de ficções engajadas na mídia televisiva, sobretudo nos intervalos comerciais em horário nobre, deve informar as famílias, a lidar com o assunto do jovem, dando suporte emocional e sobre possíveis tratamentos, a fim de atingir um maior nível de conhecimento e interesse por parte da sociedade. Nessa conjuntura, importantes passos serão trilhados em direção ao combate da depressão.