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Enviada em: 09/02/2019

No ano de 2015, o Brasil experimentou um aumento exponencial de casos de sífilis congênita, isto é, mulheres grávidas com a doença que transmitem aos filhos nascidos. O país tem falhado no combate as tradicionais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), em especial o público jovem, além de ir na contramão do mundo em virtude de ser um dos poucos países que, além de todas as DSTs, registrou aumento de portadores do vírus HIV, segundo o Ministério da Saúde (MS). Tais dados mostram a inépcia das autoridades sanitárias em frear essas doenças, resultado de campanhas preventivas fracas e pouco eficientes, comprovado por pesquisas de institutos ligados ao MS, cujas apontam que  os jovens não sabem ou subestimam os riscos das doenças adquiridas pelo sexo desprotegido.        Primeiramente, o desconhecimento gera comportamento de risco, que favorece o aumento de casos de infecções ligadas às relações sexuais. Por exemplo, após a revolução das pílulas contraceptivas, muitos jovens acreditam que, ausente o risco de gravidez, não há problemas na ausência do uso de preservativos. Também há o público gay, o qual a nova geração é alheia à epidemia de mortes de Aids nos anos 90 e, assim, subestima os potenciais riscos de adquirir HIV. Dados por pesquisas de comportamento revelam que cerca de 60% dos jovens entre 15 e 24 anos tiveram relações desprotegidas no último ano, o que corroba a falta de medo desta população.       Em segunda análise, verifica-se que campanhas de saúde sexual têm sido inócuas, especialmente por não saber dialogar com o público-alvo. Um exemplo é o crescente número de portadores do vírus HIV, este atualmente ligado ao sexo anal entre homens que fazem sexo com outros homens. Por dificuldade e mesmo questões morais, veicula-se casais heterossexuais em campanhas anti-aids, mesmo que a tendência esteja no grupo de homoafetivos. Além disso, as campanhas se concentram em períodos festivos como o carnaval e falam genericamente das moléstias, ou seja, pouco esclarecedoras, fato que contribui para o aumento de doentes nesta faixa etária.       Diante do exposto, não há como manter as campanhas de prevenções da maneira atual. O aumento de casos gera custos bilionários em saúde, mortes e transmissão vertical (mães doentes que passam a doença para os filhos). O Ministério da Saúde deve focar em campanhas  de maior impacto e que trabalhem com o lado emotivo dos jovens, como peças publicitárias que mostrem que as doenças estão cada vez mais resistentes aos medicamentos e o aumento do número de mortos anualmente, além de focar no fortalecimento de conhecimentos em aulas de biologia do ensino médio, época usual de início da vida sexual juvenil. Somente com uma boa prevenção o país tem a chance de regredir o cenário atual exposto, com uma juventude plenamente ciente dos riscos das DSTs.