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Enviada em: 14/02/2019

“Sei que a vida vale a pena/Embora o pão seja caro/E a liberdade pequena”, eternizou o poeta Ferreira Gullar. No cerne dessa reflexão, é fato que a juventude deve ser celebrada e vivida de forma intensa. Entretanto, o aumento de DSTs entre jovens brasileiros é um problema que tem comprometido tal fase, e que deve, portanto, mitigado. Logo, convém destacar dois desafios mais relevantes: a falta de prevenção e falhas na educação sexual nas escolas.            A priori, é importante analisar o comportamento dos próprios jovens no que se diz respeito à vida sexual. A falta de prevenção com o uso de preservativos, principal fonte de proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis possui raízes no sentimento de distanciamento da doença, na confiança exacerbada no parceiro/a e, principalmente, no desconforto em usar o preservativo. Por isso, além de não conhecerem os sintomas e complicações, não efetuam o teste, o que compromete a segurança e opções de tratamento. Dessa forma, os males que assolaram famosos como Renato Russo, Cazuza e Sandra Bréa, tem se instalado silenciosamente na vida de pessoas na faixa de 20 a 29 anos, majoritariamente.            Em segundo plano, é necessário pormos em xeque a omissão das instituições de ensino como um vetor do aumento das DSTs. Devido ao fato de o sexo ainda ser considerado um tabu e ao presente embate político que associa a educação sexual nas escolas como um incentivo ao erotismo e à vida sexual precoce, há uma extinção gradual desse assunto dentro e fora das salas de aula, o que dá lugar à ignorância e ao apagamento do assunto. Ao observamos o número exorbitante de 48 mil novos casos no Brasil em 2016, segundo dados da UNAids, faz-se urgente a ação conjunta da tríade Estado, mídia e sociedade para o fim dos problemas supracitados.            Dado o exposto, cabe ao Poder Público, poder máximo do agregado nacional, a implantação de disciplinas obrigatórias de educação sexual dentro das escolas, a fim de que os alunos tenham contato com as formas de prevenção e estejam à parte dos perigos de males como a AIDS e e sífilis. Outrossim, a mídia, quarto poder, deve divulgar, por meio de propagandas televisivas e de rádio, estatísticas diárias sobre o assunto, para que a população adquira temor e adote hábitos seguros ao se relacionar sexualmente. Ademais, é imprescindível que nós, cidadãos brasileiros, façamos nossa parte, nos prevenindo e conscientizando amigos e familiares sobre os perigos das DST’s por meio das mídias sociais. Tomadas essas medidas, enfim, os versos alegres de Ferreira Gullar serão realidade entre nossos jovens.