Materiais:
Enviada em: 23/02/2019

Rent é uma famosa peça estadunidense, conhecida como a pioneiro da representatividade LGBT e HIV positivo nos musicais internacionais, se não na indústria midiática como um todo. Tal obra apresenta amigos com AIDS, vivendo juntos em um apartamento e aproveitando seus dias boemicamente. Na psique coletiva brasileira, há a ideia que tais infecções sexualmente transmissíveis contamine apenas pessoas como a de Rent, LGBTQI+ e boêmios. Porém, tal preconceito tem ajudado a disseminação em larga escala dessas infecções e isso tem que mudar.      Recentemente, o Ministério da Saúde afirmou que os casos de HIV na população juvenil aumentou, nos últimos 10 anos, 700%. As outras infecções por via sexual também não ficaram para trás, houve um aumento exponencial de sífilis, úlcera genital, entre outras. A epidemia é tão grande que a Secretaria de Saúde registrou, em média, mais de 5 mil casos de DTS nos últimos cinco anos. Tal problema, entretanto, pode ser explicado: No senso de 2013, o Pcap anunciou que quase metade da população entre 15 a 24 anos não se protegeu durante o sexo casual. Mais preocupantemente, 21,6% desta faixa etária acredita que o vírus da imunodeficiência humana tem cura. O que revela que, mais do que uma crise de saúde, trata-se de uma crise de informação.    A priori, durante os anos 80, houve o primeiro grande surto de AIDS, sendo as principais vítimas homossexuais e hemofílicos. Apesar de quase 40 anos terem passados, é notório que a associação de doenças sexuais a população "gay" permaneceu -o que é cruelmente observado no fato deles serem impedidos, pela lei, a doar de sangue- fazendo a majoria heterossexual se achar imune a essas doenças. Somado a isso, há uma óbvia carência na educação sexual dos jovens, senão um quinto deles não pensaria que já existe cura para o HIV.    Dado o exposto, é inegável a necessidade de novos meios de educação sexual. Para tanto, recomenda-se que o Ministério da Saúde faça companhas nas escolas, focando-se em desconstruir o conceito homofóbico mencionado, para que todos os jovens consigam se reconhecer enquanto vítimas em potencial dessas doenças e prevenir-se. Só assim, o estigma dado a pessoas como as de Rent pode se tornar o que o musical é, só uma ficção.