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Enviada em: 10/03/2019

Graças às inovações tecnológicas, a medicina se aprimora e disponibiliza novas descobertas científicas que dizem respeito ao cuidado com a saúde do indivíduo contemporâneo. Contudo, as gerações mais novas têm seu foco mais voltado ao acúmulo de experiências, e menos à preocupação com sua qualidade de vida a longo prazo. No Brasil, as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) aumentaram, atingindo, em cinco anos, o número de 29 mil novos casos, registrados pela Secretaria de Saúde.    Primordialmente, esse crescimento se deve ao desfoque dado ao debate nos últimos anos. A descoberta de formas de prevenção ao HIV, à Aids, sífilis e outras DSTs permitiu que o pânico causado por elas outrora, caísse no esquecimento. A crença na ideia de que tais infecções já foram superadas gerou a banalização do tema e a diminuição da precaução durante atividades sexuais. De acordo com uma pesquisa divulgada em 2016, 21,6% dos jovens entre 15 e 24 anos acredita que DSTs possuem cura, e 43,4% dos entrevistados não usaram preservativo durante a relação.    A Aids, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, uma vez instalada no corpo do indivíduo, o abstém de sua capacidade imunológica, permitindo que eventuais males não sejam combatidos pelo organismo, tornando-o vulnerável à proliferação de doenças graves, podendo levar à morte. Durante as décadas de 1980 e 1990, diversas figuras públicas foram alvo desta síndrome, como o vocalista do grupo musical ``Queen``, Freddie Mercury. O cantor, embora tenha negligenciado sua condição enquanto vivo, contribuiu para o alarme da geração da época, pondo o tema sob holofotes. Hoje, a escassez de casos diminui a sensação de risco na população, e esta também não recebe a devida quantidade de informação em razão da falta de atualização na abordagem deste problema.    É de urgência, portanto, que autoridades sanitárias declarem o temor de uma epidemia, demonstrando tal emergência através de mecanismos que cheguem até os jovens. O Ministério da Saúde deve criar alertas nas timelines de redes sociais que apresentem dados sobre o perigo das DSTs e sua profilaxia. Como complemento da ação governamental, as escolas devem promover palestras dirigidas por profissionais da medicina destinadas aos alunos e respectivos responsáveis, para que o assunto possa deixar de ser um tabu na sociedade ao ser tratado, inicialmente, dentro do ambiente familiar.