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Enviada em: 01/03/2019

O premiado filme "Clube de Compras Dallas" apresenta o período do surgimento dos primeiros casos de Aids nos Estados Unidos e o retrato do diagnóstico da doença como uma sentença de morte na época. Em contraste com a obra cinematográfica, o aumento das DSTs entre jovens brasileiros revela uma lamentável perda do medo dessas enfermidades, a qual pode ser relacionada com a banalização dos males das doenças e o individualismo da juventude.       Em primeiro plano, apesar do avanço da medicina desde a década de 80 - retratada no filme -, algumas doenças sexualmente transmissíveis ainda não possuem cura, como a Aids. Esse fator contrasta com o posicionamento negligente do jovem contemporâneo, o qual tem abrangente acesso à informação, porém não faz exercício reflexivo sobre a gravidade de se conviver com uma DST.       Esse descaso com a saúde pode ser amparado pelo levantamento divulgado pelo portal UOL em 2016, que revela que cerca de 20% dos jovens brasileiros amenizam a gravidade da Aids acreditando na cura. Com esse dado, é possível embasar um caráter individualista jovial, consoante o pensamento do filósofo Zygmunt Bauman sobre a modernidade líquida, pois o jovem, erroneamente, banaliza o perigo apenas para si, mostrando a fragilidade e liquidez em suas relações ao não se preocupar com o próximo em vulnerabilidade de transmissão da doença.       Infere-se, portanto, a necessidade de resgatar a preocupação social quanto ao aumento dos casos de DSTs. Cabe ao Ministério da Saúde, em conjunto com as mídias sociais, ministrar campanhas publicitárias em larga frequência de forma a abordar não só a importância do uso de preservativos, mas a necessidade da prática da realização de exames detectores de doenças sexualmente transmissíveis, disponíveis pelo SUS. Tal medida amenizaria o relaxamento social e evitaria retornar ao quadro de pânico, encenado no filme americano mencionado, com a possibilidade de uma epidemia proporcionada pelo agravante dessas doenças.