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Enviada em: 12/03/2019

Desinformação e o aumento das DSTs entre jovens    As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são há séculos conhecidas e descritas em documentos históricos,mas seu tratamento se tornou eficaz sobretudo com os avanços da microbiologia no século XX.Entretanto,no Brasil,o êxito científico na luta contra as DSTs é contraposto por um cenário de banalização de tais doenças pela população jovem sexualmente  ativa que associado ao impedimento de maiores campanhas de educação sexual nas escolas, resultante da ação de grupos ultraconservadores, é responsável pelo aumento do número de casos. Portanto,a redução de DSTs entre jovens perpassa pelo combate  à desinformação.    Ao mesmo tempo em que os avanços da microbiologia repercutiram-se em novos remédios e tratamentos para DSTs,a possibilidade de mitigação destas doenças contribuiu para um cenário de desinformação entre a população jovem. Dado que males anteriormente fatais como o HIV e a sífilis, com o advento dos coquetéis antivirais e antibióticos,tornaram-se controláveis,grande parcela dos jovens sexualmente ativos acreditam falaciosamente que as DSTs são curáveis ou que podem ser facilmente remediáveis,negligenciando medidas preventivas durante o sexo,à exemplo do uso de preservativos,aumentando-se o risco de propagação:segundo pesquisas governamentais sobre atitudes e conhecimentos na população (Pcap),cerca de 43% dos jovens não usou preservativo em ato sexual.     No aumento do número de casos de DSTs entre jovens brasileiros soma-se ao falso ideário que subestima o efeito destes males a ação de parcelas ultraconservadoras,sobretudo de fundamentalistas religiosos, dotadas de grande poder político.Posto que uma educação sexual  nas escolas desde o inicio da adolescência contribuiria para a discussão  e conscientização de jovens sobre doenças sexualmente transmissíveis e a importância de sua prevenção, a grande influência política de setores conservadores, à exemplo da "bancada da bala",sobre as decisões do Congresso Nacional inibe a sanção de leis que permitam o diálogo acerca do sexo nas escolas.Dessa forma,no Brasil,não existe nenhuma legislação que institua a educação sexual como obrigatória em âmbito escolar.      Para que se reduza a propagação de DSTs entre jovens brasileiros,a desinformação deve ser combatida:é mister por parte do ministério da saúde a intensificação de campanhas de conscientização sobre os perigos das doenças sexualmente transmissíveis nas redes sociais,uma vez que possuem grande alcance entre a parcela jovem,visando mitigar informações falsas sobre tais males.Ainda,no sentido de permitir a implementação de leis sobre educação sexual,é necessário a pressão do setor docente sobre o Congresso através de manifestações públicas e protocoladas ao Legislativo.