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Enviada em: 08/03/2019

No Brasil contemporâneo, a insurgência de múltiplos casos de DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) tem deixado a camada sanitarista nacional em alerta, sendo a malha juvenil o grupo  mais afetado. Nesse contexto, fatores como a banalização de patologias venéreas pelo novo perfil juvenil, bem como o massivo tabu social e familiar, além do ainda exíguo apelo educacional e publicitário sobre a temática contribuem para a dilatação dos índices de contaminados por DSTs no país, conjuntura danosa que carece da interpolação de ações governamentais e de agentes formadores de opinião para a modelação de uma perspectiva salubre para a população.             De fato, o segmento jovem do Brasil tem, atualmente, delineado uma noção mais desleixada sobre enfermidades sexuais como a Sífilis, doença que, segundo dados recentes da OMS, a cada ano, acomete cerca de 6 milhões de pessoas,sendo a maior parte jovem, e a AIDS, haja vista a errônea imagem de cura desta propagada pela mídia, a qual tem dado ênfase inconsistente ao tema, e, desse modo, contribuído para a desconstrução de uma postura meticulosa de enfrentamento. Desse modo, a geração atual tem diminuído sua adesão a métodos de prevenção potencialmente eficazes, como o uso de camisinhas, artifício que protege contra a maioria das DSTs,e priva, ainda, de uma possível gravidez.       À luz dessas explanações, é válido ressaltar que o aumento do número de casos doenças venéreas e a imprudência juvenil são quesitos impulsionados, sobretudo, pela escassez de debates nas escolas e no meio familiar sobre DSTs e suas formas prevenção e tratamento, assunto tratado como tabu. Dessa forma, afecções sexuais são estigmatizadas socialmente, e os portadores de tais doenças, muitas vezes, abstêm-se de auxílio médico com o intuito de fugir do imaginário preconceituoso de que as doenças sexuais atingem apenas o público homoafetivo, caractere que constitui um entrave ao processo de cura, como bem retratado no filme "Clube de compras em Dallas", em que o protagonista aidético, com receio de ser tachado de homossexual, recusa o tratamento para a doença.       Portanto, com o fito de combater essa mácula sanitária que atinge principalmente o núcleo juvenil e barrar a resistência social ao tema, é fulcral que os centros de ensino ponham em pauta de forma mais contundente e repetitiva a temática das DSTs, com palestras ministradas por profissionais da saúde que conclamem as famílias e os discentes, abordando, de forma irrestrita, sobre métodos de identificação e prevenção de doenças sexuais. Ademais, é essencial que o Ministério da Saúde faça uma maior veiculação de campanhas publicitárias esclarecedoras, por meio de redes sociais, sobre as DSTs, com o intuito de minorar o número de casos e mostrar, por meio de dados científicos, a heterogeneidade do perfil dos portadores, a fim de conter a nódoa preconceituosa que estorva a busca por trato médico.