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Enviada em: 02/05/2019

Valéria Piassa, escritora brasileira, na autobiografia "Depois daquela Viagem"  narra a sua vida após contrair o vírus da imunodeficiência humana (HIV) na adolescência, durante  a década de 80. Nessa obra, a autora retrata os seus medos e dúvidas, em uma época que havia poucos meios de informação e muitos preconceitos sobre a doença. Hodiernamente, existem diversas medidas preventivas e tratamentos para essas as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Contudo, a desinformação e a falta de atuação das escolas contribuem para o aumento dessas enfermidades.     A transmissão dessas infecções independe da idade, opção sexual ou classe social. De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV/Aids, entre 2010 e 2017, houve um aumento de 140% de novos  casos anuais, sendo indivíduos do sexo masculino os mais atingidos. Os quais 20% a 30% nem sabem que têm ISTs. O que reforça a necessidade do uso de preservativo durante as relações sexuais, já que este método continua sendo o mais eficaz e barato. Entretanto, ele continua sendo associado apenas a prevenção de gravidez, não dessas doenças. Ademais, reitera-se a  importância de campanhas mais efetivas, que se adequem às novas  mentalidades comportamentais e informem os cidadão sobre meios de transmissão e tratamentos, quebrando tabus e preconceitos.   Além disso, as escolas continuam tendo papeis importantes na formação da consciência dos alunos, sendo ambientes ideais para se discutir sobre educação sexual, pois cada vez mais cedo os jovens tornam-se sexualmente ativos. Segundo um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2015, 27,5% dos estudantes do 9º do ensino fundamental que são sexualmente ativos, apenas 66,2% usaram preservativo na ultima relação sexual. O que torna evidente que as instituições educacionais devem abordar esses temas, trazendo informações sobre o que são as ISTs e como se prevenir. Afinal, são nesses ambientes que os educandos aprendem não somente fatos, mas também atitudes e consciência sobre a importância da vida. E, a saúde é um direito de todo cidadão, ao privar os discentes de dados que proporcionem isso,  exclui-se deles o acesso ao benefício garantido na Constituição.    Portanto, torna-se fundamental, a necessidade da abordagem de temas relacionados a saúde sexual. Logo, o Ministério da Saúde juntamente com as escolas, deve oferecer a disciplina de educação sexual, sendo ofertada por meio de palestras e seminários com profissionais da área, como médicos e psicólogos, com o intuito de sanar as dúvidas dos alunos e pais, informando-os sobre a prevenção e tratamento das ISTs. Como também, a mídia deve transmitir esses dados por meio de campanhas nos canais de rádio e televisão para alcançar toda a sociedade.