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Enviada em: 23/03/2019

Durante a Idade Média, houve uma expansão de casos de sífilis de forma epidêmica. A resposta clériga da época foi que tal aumento era produto do castigo divino. Entretanto, hodiernamente, o crescimento de casos, não só da doença, mas de DSTs no geral entre jovens, estão crescendo exponencialmente no Brasil. Todavia, os motivos, diferentemente do período medieval, estão relacionados com o tratamento da educação sexual como tabu e consequente banalização de preservativos, contribuindo para problemática.         Mormente, é imprescindível evidenciar que pautas relacionadas a educação sexual são vistas como tabu. Segundo o filósofo Edmund Burke, a sociedade é uma estrutura orgânica com fortes raízes no passado. Assim, à luz desse pensamento, é nítido depreender que pelo fato do setor social brasileiro estar historicamente atrelado ao conservadorismo, suas ideologias serão hegemônicas na contemporaneidade do país. Dessa forma, pelo pensamento conservador tratar o entrave como tal, sua discussão em ambientes educacionais se torna ausente tendo em vista que, ademais, pela falta de regulamentação legislativa, a educação sexual não é obrigatória.          Por conseguinte da conjuntura educacional, há uma crescente banalização de preservativos. Para o filósofo Hegel, a humanidade deve avançar no mesmo ritmo histórico. Não obstante, a praxe do pensamento não é aplicada à realidade brasileira visto que, apesar da ocorrência dos surtos de HIV na década de 90 e a propagação em massa da camisinha, hodiernamente, tal postura não é adotada. A omissão escolar, pois, colabora para o fenômeno uma vez que, por ausência de informações, o preservativo não é visto mais como "obrigatoriedade". Essa postura, logo, reflete no aumento da propagação das DSTs já que, segundo a Organização Mundial de Saúde, houve um aumento de 29 mil casos dessas doenças transmitidas.           Fica claro, portanto, que o aumento de DSTs entre jovens é uma realidade. Cabe ao Poder Legislativo propor projetos de lei, posteriormente aprovadas na Câmara dos Deputados, garantindo educação sexual em ambientes escolares, para que jovens tenham acesso a informações e métodos de prevenção de doenças indesejadas. Ademais, Governos Municipais e Estaduais, em parceria com o Ministério da Educação, devem garantir tal conhecimento em suas unidades federativas, por meio de palestras ministradas por psicólogos concursados da Câmara Municipal, a fim de conscientizar ainda mais a juventude com o apoio profissional necessário. Dessa forma, o impasse não será uma problemática característica dos tempos do medievo.