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Enviada em: 23/03/2019

Em 1987, o cantor Prince anunciava na música “Sign’ o‘ The Times” a chegada de uma doença nova em seus primeiros versos “Na França um cara magrinho morre de uma grande doença”. Era uma referência a AIDS e ao nascimento de uma pandemia que marcou a década pelo medo e pelo slogan de “sexo seguro”. A incidência da AIDS só viria a diminuir em 2000, contudo ao invés dos casos seguirem diminuindo observa-se um aumento crescente de infecção de DSTs entre os jovens de 20 e 29 anos atualmente.  Dentre os inúmeros motivos que levaram a esse aumento é incontestável que o comportamento da sociedade mudou, com isso, a linguagem das políticas públicas ficou defasada e criou-se a ideia de que a infecção ocorre pela promiscuidade e não pela prática de sexo inseguro, tal pensamento é provado pelos levantamentos do Ministério da Saúde que demonstram que mais de 10,3 milhões de brasileiros já tiveram algum sinal ou sintoma de DST’s entre 2007 e 2017.  Ademais, observa-se que a geração z é aquela que não viu seus ídolos, falecerem pela AIDS, como a geração anterior que testemunharam a luta de Renato Russo, Cazuza entre outros, contra a doença, o que criou a ilusão de que a doença é crônica pela hodierna facilidade de tratamento, deixando-os expostos a não prevenção, permitindo a infecção de outras DST’s senão da AIDS.  Portanto, é mister que o Estado tome providências a fim superar esse desafio. Para que diminua a incidência de DST’s entre os jovens urge que o Ministério da Saúde promova palestras e propagandas veiculadas pelo Youtube e televisão dando maior visibilidade a casos de infecção de modo a trazer à tona a realidade das doenças e suas consequências, além de reforçar a profilaxia em Unidades Básicas de Saúde (UBS) com vacinas, medicamentos preventivos e tratamentos pós-exposição. Dessa forma impossibilitando o retorno de uma pandemia que marque outra geração, na arte, na história e em seus ídolos.