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Enviada em: 29/03/2019

A Constituição de 1988 garante que a saúde é direito de todos, sem distinção de qualquer natureza. Na contemporaneidade, esse princípio é violado, visto o aumento das doenças sexualmente transmissíveis - DSTs - entre os jovens brasileiros, o que representa, assim, um desafio a ser enfrentado. Dessa maneira, é necessário avaliar as causas desse cenário, que prejudicam a qualidade de vida, para, então, combate-las.     De início, cabe salientar que o tabu associado ao ato sexual impede a conversação, a fim de orientar os jovens, no meio familiar. De acordo com Platão, o método dialético era a melhor forma de gerar conhecimento, na medida que ocorre interlocução entre as partes. Por conseguinte, a ausência de diálogo pessoal entre os familiares contribui para o adolescente não obter um esclarecimento seguro, à respeito da importância da camisinha, dos riscos do sexo desprotegido e dos outros possíveis meios de adquirir DSTs, como por meio de seringas reutilizadas e do beijo. Destarte, a menor conscientização social consolida a transmissão de doenças, como a Sífilis, a Aids, o HPV e Herpes.     É notório, ainda, que a instabilidade das relações afetivas aumenta a incidência dos casos de DSTs. Segundo Zygmunt Bauman, através do conceito de "Modernidade Líquida", as interações amorosas entre os indivíduos estão mais superficiais e efêmeras, sendo caracterizadas pela troca recorrente de parceiros. Assim, a maioria dos jovens brasileiros tende a relacionar-se sexualmente com diversas pessoas, o que eleva o risco de contrair-se DSTs. Ademais, a busca máxima por prazeres sensoriais - teoria da filosofia hedonista - contribui para os jovens usarem, cada vez menos, os preservativos sexuais, uma vez que alegam diminuir a ereção e atrapalhar a sua satisfação. Logo, a fluidez das relações pós-modernidade e a não utilização da camisinha ampliam o contágio das doenças sexuais.     Fica claro, portanto, que as DSTs requerem ações efetivas para serem solucionadas. Nesse sentido, o Governo Federal deve investir em projetos de educação sexual, por meio do Ministério da Saúde, com o envio de verbas para a criação de ações publicitarias explicitas e direcionadas aos jovens, veiculadas na internet e nas redes sociais, a fim de promover uma reflexão sobre o sexo, além de disponibilizar profissionais especializados nas Clinicas da Família, com o objetivo de orientar e incentivar o diálogo entre pais e filhos sobre as DSTs e o uso da camisinha. Espera-se, com isso, garantir transformar a mentalidade social e minimizar gradativamente a problemática.