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Enviada em: 05/04/2019

Em "Homo Deus" o escritor Yuval Harari mapeia as revoluções que marcaram o curso do homem e afirma que nós estamos rumo à Revolução Tecnológica, na qual, o homem do futuro saberá lidar com as misérias humanas, superando a fome, as doenças e a morte. Apesar de ser uma previsão otimista, a realidade é desanimadora no que concerne às Doenças Sexualmente Transmissíveis: as DSTs, pois é crescente o número de casos dessas enfermidades entre jovens no Brasil, haja vista a mudança comportamental em relação ao convívio com as DSTs e a inoperância estatal no manejo desse quadro.                       Em primeiro plano, é válido considerar que, a geração atual desconhece os impactos causados pelas DSTs nas décadas passadas, o cenário de grande mortalidade, inclusive entre celebridades, provocado pelo vírus HIV e a AIDS, gerou temor na população, medo, hodiernamente, ausente entre os jovens. Tal constatação pode ser explicada pelo bem sucedido controle dos sintomas e medicamentos mais eficazes, através de avanços da indústria farmacêutica e pela boa cobertura oferecida pelo Sistema ´Unico de Saúde - SUS tornando-se referência no tratamento de forma gratuita e de qualidade, com isso, a realidade, dantes, assustadora, tornou-se menos evidente e falsamente menos nociva.   Entretanto, paradoxalmente, a qualidade no manejo dos casos fez com que o Estado não acompanhasse as mudanças comportamentais atuais e a abordagem de outrora tornou-se anacrônica frente às progressivas notificações de DSTs atuais, a exemplo do aumento vertiginoso nos casos de sífilis e AIDS entre jovens de 20 a 29 anos, segundo dados das Secretarias de Saúde do país. ´E interessante perceber que outro agravante nessa situação é o sistema prisional brasileiro, no qual, a superlotação e as condições precárias de assistência à saúde favorecem exponencialmente a contaminação pelo HIV, hepatite C e sífilis e sobrecarregam ainda mais a saúde pública , conforme levantamentos do Ministério da Saúde. Desse modo, não é razoável que uma nação que almeja o desenvolvimento enfrente esse retrocesso.   Impende, pois, que o Estado tome medidas enérgicas para amenizar o quadro atual. Em busca de maior conscientização dos adolescentes e jovens, o Ministério da Saúde, com auxílio do MEC, deve promover a inclusão de aulas de educação sexual, além da promoção de rodas de diálogo entre pais, alunos e profissionais de saúde para que recebam as informações de forma natural, orientada e livres de tabus. Além disso, é mister que setores de Segurança Pública e Saúde elaborem metas tangíveis para o enfrentamento das DSTs nos presídios, com distribuição de preservativos e tratamento adequado. Dessa forma, será possível combater o aumento das DSTs entre jovens no Brasil e que o homem do futuro, esteja livre, de fato, das mazelas humanas que dificultam sua existência plena.