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Enviada em: 09/04/2019

No final do século XX, a morte de artistas emblemáticos como Freddie Mercury, Cazuza e Renato Russo causada pela mesma doença gerou comoção e alerta coletivos. A proliferação de doenças sexualmente transmissíveis atingira números preocupantes e, com isso, a população se tornava mais consciente sobre a importância da prevenção de um possível contágio. Entretanto, o que se percebe, hoje, é que tal cuidado por parte dos indivíduos retrocedeu e a informação sobre os riscos das DSTs precisa, mais do que nunca, ser reforçada no Brasil.    É necessário entender, primeiramente, que os avanços na medicina relativos aos tratamentos dessas infecções, apesar de extremamente benéficos, acabaram gerando um efeito negativo na população: a comodidade. Aids, sífilis, gonorreia e herpes são exemplos dessas doenças que diariamente recebem uma dedicação intensa nas pesquisas médicas, mas que, em contrapartida, tem seu número  aumentado devido à falta de precaução da sociedade para com essas enfermidades, que supostamente não seriam tão graves hoje. Nota-se, com isso, que as relações sexuais estão cada vez mais precoces entre os jovens e o uso de preservativos não é utilizado por eles como deveria.    Outrossim, o tabu referente a esse contexto tem sido um sério agravante para o crescimento das DSTs. Embora na sociedade contemporânea o discurso de liberdade de expressão seja difundido mais fortemente a cada dia, ainda persiste a ideia de que a desinformação pode proteger. Dessa forma, muitos adolescentes não têm o conhecimento necessário sobre o extremo cuidado que envolve uma relação sexual e sobre os riscos iminentes que essa prática, quando realizada de forma irresponsável, pode gerar à saúde dos envolvidos. Conclui-se, então, que inúmeras mortes poderiam ser evitadas com a desconstrução de tais valores tradicionais e errôneos.   "O ser humano é aquilo que a educação faz dele". Portanto, tendo como base a lógica do filósofo Immanuel Kant, medidas que prezem pela informação como meio de controle das doenças sexualmente transmissíveis devem ser priorizadas. Essas devem partir de uma ação conjunta, liderada por órgãos como o Ministério da Educação, com apoio da Mídia, que promova campanhas cujo público-alvo seja não só os jovens, mas, principalmente, os pais, para que esses possam ser incentivados a estabelecer diálogos abertos com seus filhos sobre a importância do uso de preservativos e da profilaxia pós-exposição ao vírus ou bactéria. É fundamental que a escola e a família promovam reuniões para discutir sobre o assunto e sobre a melhor forma de ensinar os jovens a serem cuidadosos nas relações sexuais. Assim, a preocupação positiva inerente à sociedade dos anos 80 e 90, poderá ser resgatada, possibilitando, dessa forma, mais uma conquista na luta pela qualidade de vida no Brasil.