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Enviada em: 07/04/2019

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, houveram 29 mil novos casos de DSTs entre a população jovem brasileira desde o ano de 2012. Ao encontrar a sua raiz na ineficiência de políticas públicas, associada à banalização dessas doenças, este problema apresenta consequências preocupantes para o indivíduo e também para o sistema de saúde público.     Nesse contexto, deve-se questionar, de início, o por quê da incidência dessas infecções terem aumentado, principalmente, entre os jovens. Pode-se destacar, primeiramente, a intermitência das campanhas governamentais voltadas ao incentivo do sexo seguro. Percebe-se a intensificação destas em épocas de festividades, como o Carnaval, mas, também, a atenuação delas ao longo do restante do ano, fazendo com que a importância daquela informação não seja constantemente reforçada. Em segundo lugar, observa-se que os programas de publicidade estatal têm deixado de explorar intensivamente um dos principais meios de comunicação com a população jovem: as redes sociais. Plataformas usadas em larga escala, como o Instagram, podem atingir um maior número de indivíduos, assim como oferecem ferramentas eficazes na acessibilidade da informação, ou seja, uma linguagem mais familiar ao público alvo. Por exemplo, a parceria com perfis de influenciadores digitais, pessoas as quais têm um grande número de seguidores atentos ao conteúdo divulgado. Esse cenário, associado à disponibilidade de tratamentos eficazes para a maior parte das DSTs, faz com que as pessoas banalizem a seriedade dessas doenças, tal qual as suas possíveis consequências.     Sendo assim, deve-se destacar os possíveis impactos provenientes dessa conjuntura. No âmbito individual, algumas doenças em estados mais avançados, como a sífilis e o HPV, podem gerar graves sequelas físicas. Por exemplo, danos neurológicos e o câncer de útero, respectivamente. Além disso, essas infecções são vistas preconceituosamente pela sociedade brasileira. Isto afeta, em muitos casos, as relações interpessoais do indivíduo, podendo gerar transtornos psicológicos, como a depressão. No âmbito coletivo, a cronicidade de algumas DSTs, como da AIDS, gera uma pressão intensa sobre os cofres públicos, pois o tratamento geralmente é vitalício e de alto custo.       Conclui-se, então, que ações governamentais são cabíveis. Com o objetivo de promover uma educação sexual mais abrangente e eficaz, o Ministério da Saúde, juntamente o da Educação, deve elaborar campanhas publicitárias a serem publicadas nas principais plataformas digitais utilizadas pelo público alvo. Elas devem informar as medidas para o sexo seguro, as principais DSTs e como buscar tratamento caso for necessário. Para potencializar a acessibilidade, deve-se utilizar uma abordagem mais objetiva e uma linguagem relacionada a situações cotidianas do jovem.