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Enviada em: 01/10/2018

A Revolução Verde, no século XX, caracterizou-se pela introdução de tecnologias no campo, o que aumentou, então, a produtividade do solo. Entretanto, agricultores, muitas vezes, em busca de uma otimização ainda maior, praticam queimadas criminosas, o que gera danos sociais e ambientais. Diante disso, deve-se analisar como a irresponsabilidade de alguns latifundiários e o descaso governamental contribuem com o problema.         No que concerne à problemática, ainda que existam leis em defesa do meio ambiente, agricultores, por vezes, persistem em queimadas irregulares para o preparo da terra. Isso ocorre porque, no modelo capitalista, o lucro é o fim maior e, sendo assim, a rentabilidade sobrepõe-se aos interesses ambientais, o que causa, algumas vezes, que as normas só existam no papel, não sendo efetivadas, portanto, na realidade, conforme relatou o autor Gilberto Dimenstein em sua obra “O cidadão de papel”. Como consequência dessa expansão da fronteira agrícola a qualquer custo, percebe-se danos ambientais e sociais como, por exemplo, a intensificação do efeito estufa e a possível destruição de áreas indígenas demarcadas.         Outrossim, o desinteresse do poder público em, de forma efetiva, proteger a natureza da nação corrobora com a manutenção dessa realidade. Isso acontece pois, os governantes, geralmente, optam por ações de retorno imediato, como obras de asfaltamento e de lazer, visto que, dessa forma, conseguem maior aprovação pública e, inclusive, uma possível reeleição. Diante dessa situação, multiplicam-se as ocorrências de incêndios criminosos e surgem problemas como, por exemplo, as chuvas ácidas que podem, inclusive, danificar estruturas de cimento em cidades e, consequentemente, gerar prejuízos aos cidadãos e aos municípios atingidos.         Evidencia-se, portanto, a má conduta governamental e de agricultores como intensificadores das queimadas ilegais. Nesse sentido, o Ministério da Agricultura deve, por meio de agentes fiscalizadores do órgão, inspecionar áreas de preservação com focos de incêndios, com visitas periódicas, a fim de garantir que se respeite as normas ambientais. Já as ONGs como o Greenpeace devem, por sua vez, cobrar posicionamento do poder público a respeito de queimadas criminosas, por meio de espaço em veículos de comunicação, para que pressione os governantes em direção ao problema e, também, engaje a população na reinvindicação e, com isso, aproxime-se da solução da questão. Sendo assim, é possível aliar uma boa produtividade rural com o respeito à constituição e ao meio natural.