Materiais:
Enviada em: 01/10/2018

Na obra literária Vidas Secas, Graciliano Ramos evidencia o cotidiano de uma família que sofre as mazelas da seca na região nordeste. De forma análoga, é possível contextualizar tal obra com a contemporaneidade, visto que devido a fatores climáticos e antropológicos o número de incêndios na região nordeste aumentou no discorrer dos últimos anos. Outrossim, torna-se evidente que problemáticas como a supracitada afeta grandemente à sociedade e, portanto, é de suma importância a discussão de medidas a fim de sanar a questão.         A priori, vale ressaltar que a maior taxa de incidência de incêndio florestal é na região correspondente ao bioma cerrado presente em grande parte do nordeste do Brasil. Contudo, apesar de serem notoriamente conhecidos os impactos que causa o fogo na região, foi constatado que existe uma importância biológica para a manutenção da flora. Nesse contexto, a revista inglesa “Science” publicou um artigo em parceria à UNESP, em que demonstra um processo de manejo realizado pelos incêndios, o que ajuda a dispersão das sementes de plantas nativas. Porém, deve-se atentar que o homem não deve intensificar o alastramento de chamas na região, pois, ocasionará um desequilíbrio ambiental bem como uma possível degradação do bioma.             Ademais, é válido lembrar que com o aumento das queimadas o principal prejudicado é a sociedade. Nesse cenário, estima-se que em que cada incêndio é liberado na atmosfera cerca de 50 a 200 toneladas de monóxido de carbono, principal ativo do efeito estufa, que prejudica a qualidade do ar da região e, consequentemente, ocasiona problemas respiratórios em pessoas que ali residem. Além disso, é possível trazer um pensamento do sociólogo Bertrand Russel para reflexão, que diz que o homem só perceberá o impacto de suas ações com a natureza quando a perder definitivamente. Assim, é mais do que urgente uma medida que limite a ação desastrosa do homem no que se refere à queimadas.                  Logo, infere-se que é dever do Ministério da Educação juntamente a Institutos Federais de todo o país realizar uma campanha midiática a fim de conscientizar e informar a população acerca da real importância do fogo na manutenção da flora brasileira, através de palestras e distribuição de cartilhas infográficas, além de salientar também os danos e impactos que o intensificamento de tal processo natural pode ocasionar. Além disso, o Governo, por sua vez, deve intensificar o monitoramento nas principais regiões de risco de incêndio,  para assim servir de medida paliativa da primeira proposta supracitada. Dessa forma, será possível estabelecer a união das esferas governamentais e sociais para que, unidos, possam enfim mitigar a problemática de forma efetiva.