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Enviada em: 17/10/2018

Nas últimas décadas, a sociedade brasileira tem passado por mudanças sociais e estruturais em sua organização, a partir das quais se observa um meio social mais desenvolvido, influenciado pela revolução técnico-científica. Entretanto, esse desenvolvimento é acompanhado de problemas, a exemplo do aumento dos incêndios nas matas brasileiras, instigados pela pouca efetivação dos aparatos legais e pela negligência política e social em relação ao tema, originando efeitos nocivos.         Em primeira análise, é pertinente salientar que as ferramentas legislativas de proibição das queimadas e incêndios não são plenamente materializadas. De acordo com pesquisas do Núcleo de Assistência ao Meio Ambiente da Universidade de São Paulo, a concretização dos direitos previstos nos instrumentos legislativos é negligenciada, o que acentua as dificuldades no processo de verificação de denúncias de focos de incêndio e de prevenção e controle das queimadas. Dessa forma, o aparente descaso com esse segmento é observado, inclusive na redução das campanhas midiáticas concernentes à questão, ou seja, as formas de alertar a população sobre os perigos ambientais e sociais deste fenômeno desapareceram dos debates e reivindicações, marcando a marginalização do tema, o menosprezo pelo problema e o desinteresse dos representantes políticos.                  A segunda reflexão volta-se ao fato dos sistemas sociais, econômicos e políticos perpetuarem a situação de incêndios por conta do lucro. Segundo Karl Marx, o Estado busca atender, primariamente, aos interesses das classes dominantes, em relação ao restante da população. Nesse sentido, nota-se que as ações governamentais são dirigidas em prol de atender o empresariado nacional por meio do desmatamento para obtenção em massa dos recursos naturais, além da realização de queimadas para o desenvolvimento do agronegócio e da pecuária, gerando o agravamento dos problemas ambientais e o recrudescimento de doenças nas populações circunvizinhas.             Sendo assim, são necessárias atitudes que promovam o a mudança no quadro de incêndios vigente no país. Portanto, é de atribuição do Governo Federal a elaboração de políticas públicas, por meio da criação e da ampliação de programas nacionais de capacitação de bombeiros, profissionais de saúde e de meio ambiente para atuarem, vinculando o atendimento especializado e a eficiência, em locais ou comunidades que foram vítimas de incêndios florestais, com a finalidade de recuperar as áreas degradadas e a saúde dos nativos. Ademais, cabe aos meios de comunicação alertarem a sociedade, por intermédio de propagandas e anúncios publicitários, sobre os riscos e malefícios ambientais e sociais de processos antrópicos envolvendo a utilização de queimadas, auxiliando, assim, a população em geral, com o objetivo de garantir que todos vivam em um ambiente harmônico.