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Enviada em: 02/11/2018

No ano de 1666, um incêndio de grandes proporções tomou Londres, devastando a parte mais pobre e, inesperadamente, purgando a Peste Negra daquela região. Hodiernamente, entretanto, as queimadas só representam catástrofes que impactam negativamente na saúde do planeta. Esse crime ecológico ocorre, no Brasil, em grande parte, devido ao interesse destrutivo do agronegócio em ampliar suas áreas de domínio, aliado a ineficácia governamental em fiscalização. Nesse sentido, rever as práticas em relação a preservação das matas, é medida que se impõe.       Mormente, o uso de queimadas para a expansão da fronteira agrícola na região centro-oeste é especialmente grave, uma vez que essa área é conhecida como berço das águas. São Francisco, Platina e Amazônica, são alguns exemplos de bacias hidrográficas que têm origem no cerrado. Logo, esses incêndios, além de contribuir enormemente para o aumento dos gases do efeito estufa na atmosfera, apresentam um grande risco para o mantimento dessas bacias que abastecem a América do Sul inteira.       Ademais, a falta de uma fiscalização mais efetiva legitima a prática criminosa dos incêndios florestais e, em conjunto com a estiagem, multiplicam seu potencial danoso. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, órgão com a atribuição dessa fiscalização, foram mais de 270 mil focos de calor em 2017 e, somando-se isso a questão da ausência de chuvas nas estações quentes no Brasil, percebe-se a gravidade do problema no âmbito ambiental. Há de se considerar ainda, que após uma queimada o solo perde nutrientes e demora anos para repor a vegetação original, o que inviabiliza a recuperação em pouco tempo. Não somente, o crescimento contínuo dos focos de fogo, evidenciam que o monitoramento não é suficiente para coibir tal prática, sendo necessário ações punitivas em detrimento de apenas observar o aumento dos números de maneira apática.       Urge, portanto, que todos os segmentos sociais unam-se com o fito de controlar a problemática dos incêndios nas matas. Para isso, é pertinente ao cidadão exigir por meio de seus representantes eleitos, que os governantes fiscalizem ostensivamente os ruralistas no que tange às queimadas ilegais e, ao mesmo tempo, cobrar que tratados para preservação ambiental, como o de Paris, sejam respeitados. Ao Estado, por sua vez, cabe a utilização dos dados coletados pelo INPE em ações judiciais contra quem insiste em destruir indiscriminadamente o ecossistema colocando em risco a segurança de todos. Cumpre as esferas públicas também, a divulgação mais efusiva desses dados em peças publicitárias nas mídias televisivas e nas escolas, a fim de esclarecer o povo acerca dos riscos reais das queimadas.