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Enviada em: 09/11/2018

O crescimento dos incêndios florestais e a participação humana                                                       O aumento dos incêndios nas florestas representa um grave problema ambiental no Brasil. Tal afirmação é corroborada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cujos dados revelam que no ano de 2017 foram registrados 185 mil focos de incêndio, representando o segundo maior número de queimadas da história do país.        Além disso, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aponta que mais de 90% dos incêndios florestais têm origem antrópica, ou seja, são causados pela ação humana. Por sua vez, entre as razões dos incêndios causados pelo homem, destacam-se as práticas de manipulação do solo com o uso do fogo para fins de agricultura (intitulada agricultura de corta-e-queima) e pecuária (pastagens de gado).       Não raro, tais práticas de manipulação do solo são adotadas devido à falta de conhecimento de técnicas alternativas de manejo e de métodos de queimada controlada. Por consequência, muitas queimadas resultam em incêndios que se alastram por áreas mais extensas do que o planejado.          Embora muitos produtores não utilizem os métodos corretos ou alternativos ao fogo, cabe salientar que o Governo Federal, por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vem desenvolvendo e pesquisando sistemas de produção sustentáveis, que dispensam a utilização do fogo. Ademais, a Embrapa disponibiliza orientações para a realização da queimada controlada.        Assim, com base nos fatos mencionados, conclui-se que para combater o aumento dos incêndios nas matas brasileiras - sobretudo aqueles causados pelo homem - são necessárias ações que ampliem o acesso dos produtores aos métodos e orientações desenvolvidos pela Embrapa em relação à prevenção dos incêndios.       Para tanto, o Ministério do Meio Ambiente promoverá o Programa de Erradicação de Incêndios Florestais. Esse Programa terá duas frentes: a concessão de créditos da União aos produtores rurais para a adoção de técnicas de produção sustentáveis e a realização de treinamentos aos produtores que necessitam do uso do fogo, a fim de efetuarem as queimadas em conformidade com os critérios estabelecidos pela Embrapa.        Do mesmo modo, os produtores que aderirem ao Programa receberão o auxílio da Embrapa na escolha e implementação da técnica adequada. Por fim, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizará campanhas de orientação aos produtores rurais em geral, com o objetivo de estimular a adoção de técnicas de produção que não utilizem o fogo.