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Enviada em: 12/11/2018

Na mitologia grega, a fome e a morte assolavam a Grécia por meses quando Deméter, a deusa da colheita, causava grandes secas e queimadas ao sentir insatisfeita com algo, e os gregos, como uma medida profilática, faziam sacrifícios a ela. Essa preocupação com incêndios ambientais é ainda mais antiga que os gregos. Porém, infelizmente, ela nunca foi real dentro da consciência coletiva brasileira, e o número de incêndios florestais continua crescendo. Ademais, percebe-se que as campanhas existentes não cumprem sua função e que não há verdadeira fiscalização nas áreas de risco.  Em primeiro plano, nota-se que, embora as campanhas existam, tanto na iniciativa pública, quanto na privada, essas se mostram ineficazes, pois acabam atingindo os centros urbanos, e não o meio rural. Pois são feitas por meio de pôsteres em ônibus ou propagandas na televisão. Além disso, a verdadeira finalidade com a qual essas propagandas são idealizadas não é a realização de um dever cívico, e sim, um objetivo de caráter publicitário, em que as empresas ou entidades responsáveis adquiriam uma imagem consciente. Desse modo, é possível perceber que as campanhas não atingem seu objetivo primário.  Em segundo plano, a deficiência no controle fiscal das queimadas criminosas se mostra um grande inimigo das matas brasileiras. Embora seja necessário levar em conta que a área a ser protegida é imensa – a Amazônia sozinha equivale a metade do continente europeu, sem contar outros biomas, como o Cerrado e a Mata Atlântica -, casos como o da operação Euterpe, da Polícia Federal, em 2006, na qual foram presos 24 dos 87 fiscais do IBAMA/RJ por aceitarem subornos de pequenos e grandes produtores, assim escolhendo ignorar os mais variados crimes que foram cometidos nessa época mostram que o problema vai além dos problemas naturais.  Infere-se, portanto, que as propagandas profiláticas atuais e a ineficiência da fiscalização brasileiras são problemas graves. Desse modo, o Ministério do Meio Ambiente, aliado à Polícia Federal, deve criar órgãos de fiscalização internos, que garanta a integridade dos funcionários que controlam as ações dos ruralistas, para que assim, as florestas brasileiras – e a sua diversidade – possam ser protegidas da ação humana. Quem sabe assim, esses incêndios possam começar a diminuir nos próximos anos.