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Enviada em: 09/11/2018

O expoente da psicanálise Sigmund Freud discute a ideia sobre pulsão, conceituando-a como instinto que move as ações dos sujeitos. Entretanto, o processo civilizatório é caracterizado pela castração das pulsões individuais, o que gera uma angústia existencial. Ante tal inquietude, uma das formas de escapismo encontrada pelo corpo social foi a esfera virtual. Nesse âmbito, faz-se necessário questionar como a supervalorização da internet corrobora o quadro de influência comportamental dos indivíduos.              Em primeira análise, de acordo com Zygmunt Bauman, o controle das incertezas é uma maneira de exercer poder sobre as pessoas. De modo a ratificar a tese do filósofo, percebem-se, no Brasil, instituições que utilizam algoritmos computadorizados para criar perfis convenientes para seus usuários. Desse modo, a tecnologia se engloba nos campos da subjetividade e da opinião pública, sem que os navegantes se sintam prejudicados por esse ato. Assim, atesta-se, também, a ideia de Freud, ao passo que estar imerso em um ambiente, ilusoriamente, personalizado é um meio de lidar com o mal-estar da humanidade.       Diante desse panorama, à luz das teorias de Hannah Arendt, a pluralidade é uma condição intrínseca ao organismo social. Contudo, a filtragem nas redes submete o usuário à posse de cenários idealizados, onde sua visão se limita a objetos de interesse dos sites, o que produz uma "bolha informacional". Um olhar que tange esse impasse preocupante salienta que a padronização abordada viola os princípios de capacidade de conhecimento humano e provoca alienação.              Urge, portanto, que a problemática supracitada seja combatida para a construção de um país que rompa com a perspectiva baumaniana. Logo, cabe ao Ministério da Justiça viabilizar o controle à deliberação de dados, por meio da implantação de um órgão de rastreio online, a fim de vigiar e punir os sistemas manipuladores. Outrossim, compete às Secretarias Municipais de Educação fomentar o pensamento crítico, mediante projetos pedagógicos, como debates em aulas de cunho social e teatros, com o intuito de conceber um aprendizado mais autónomo para resguardar os alunos das adversidades da modernidade. Com essas iniciativas, espera-se amparar a população e respeitar os preceitos de Hannah Arendt.