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Enviada em: 12/09/2019

De acordo com a Ética da Responsabilidade do filósofo Hans Jonas, a sociedade atual é co-responsável pelo bem-estar das gerações futuras. No contexto atual, entretanto, tal cenário idealizado não se estende à questão ambiental no Brasil, visto que o aumento dos incêndios nas matas corrobora com o negligenciamento e menosprezo sofrido pelo meio ambiente. Nesse sentido, convém analisar como o tecido social e o poder público impactam negativamente nessa problemática.     Em primeiro lugar, a indiligência dos brasileiros em relação à proteção da natureza apresenta-se coo relevante para potencialização das queimadas. Isso acontece, pois a cultura dos incêndios para obtenção de benefícios a curto prazo ao agricultor é praticada desde o período colonial nas lavouras açucareiras. Dessa forma, a existência de falhas na base educacional fortalece a permanência e propagação desses hábitos nocivos.     Por conseguinte, a inoperância estatal em fiscalizar e punir os incêndios criminosos representam um impedimento para alteração dos dados alarmantes referentes à destruição do meio ambiente no Brasil. Isso é afirmado, uma vez que houve alta de 82% no registro de focos em relação ao período de julho/agosto de 2018, de acordo com pesquisa realizada pelo Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Dessa maneira, é inadmissível a perpetuação desse cenário em detrimento da degradação do meio ambiente, visto que contradiz o ideal de Hans Jonas.    Fica evidente, portanto, que o aumento dos casos de incêndios nas matas brasileiras são impulsionadas pela sociedade e pelo poder público. À vista disso, faz-se necessário que o Ministério da Educação aborde sobre a necessidade do cuidado e preservação da natureza, por meio de palestras e dinâmicas nas escolas, com participação direta da sociedade, a fim de alterar a herança cultural das queimadas. Além disso, o Ministério do Meio Ambiente, em parceria com ONGs, devem criar programas de desestímulo à prática dos incêndios destinados aos agropecuários, com concessão de benefícios àqueles que denunciarem esses atos. Somente assim, a responsabilidade ambiental de Hans Jonas começará a ser concretizada.