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Enviada em: 27/07/2017

Educação e informação: guias de uma sociedade cega   José Saramago, escritor português, e sua obra "Ensaio Sobre a Cegueira" chama atenção de seu leitor para as fragilidades da espécie humana em meio a uma sociedade cega. De maneira análoga, o aumento de pessoas infectadas por doenças sexualmente transmissíveis (DST's) no Brasil provoca uma reflexão imperativa: até que ponto a sociedade brasileira está sensata e consciente em relação à própria saúde. Nesse contexto, o crescimento de casos de DST's supera o âmbito da saúde pública, sendo necessária, principalmente, a intervenção educacional.   O crescimento de uma doença sexualmente transmissível sempre estará consonante à imprudência da população. Logo, assim como Saramago metaforiza em sua obra vencedora do Prêmio Nobel, é urgente que haja olhos sensatos para evitar um caos social. Dessa maneira, compreende-se que a principal causa desse tipo de doença é a desinformação e a falta de cuidados da sociedade.   Outrossim, vale destacar que o avanço da medicina no tratamento de algumas dessas doenças, como é o caso do surgimento de coquetéis para estabilizar a vida de portadores do vírus HIV, causam um certo relaxamento da população frente ao contágio de DST's. Por conseguinte, a sociedade aposta cada vez mais na menos eficiente medicina curativa em detrimento da ideal, a medicina preventiva.   Sob essa conjuntura de fatores, percebe-se que a problemática do crescimento de infecções por DST's está intrinsecamente ligada à falta de prudência da sociedade brasileira. Por isso, a presença da educação e dos meios de comunicação nesse tema se torna preponderante para criação de cidadãos cônscios. Visto isso, vale apontar como norte reflexivo o olhar poético de Ferreira Gullar, "é mudando a visão das pessoas que se muda a sociedade".   A partir dessa tese de Gullar, convém, portanto, que a mídia brasileira cumpra seu importante papel social de influenciadora de comportamentos da sociedade e, por meio de reportagens e documentários que retratem os males que uma DST causa na vida social e pessoal do indivíduo, abra os olhos da população para a realidade difícil de um portador desse tipo de doença. Ademais, cabe ao Ministério da Educação, por intermédio de debates com professores preparados em sala de aula, reforçar a ideia da medicina preventiva e, também, as diversas formas de contágio dessas doenças (que vão além da relação sexual). Por fim, é dever da parcela da sociedade já politizada sobre o tema cobrar dos agentes midiáticos e do governo a realização e efetivação de tais medidas. Pois, como já dissera Karl Marx, "os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo".