Materiais:
Enviada em: 28/07/2017

Educação Infectada.       Ano de 2015. 6 em cada 10 jovens fizeram relações sexuais sem preservativos. 33,1 mil casos de HIV entre cidadãos de 20 a 24 anos. Nesse sentido, mostra-se evidente o estado alarmante da saúde no Brasil. Assim, por consequência da diminuição do uso de métodos de proteção durante o sexo, os casos de infectados são crescentes. Dessarte, há de se entender tal problemática, a fim de minimizá-la.       À vista disso, deve-se considerar os estudos sociológicos sobre corpo social, os quais definem que cada componente tem seu papel na sociedade e que, se todos cumprirem corretamente suas funções, aquela estará em equilíbrio. Contudo, no Brasil, o setor religioso constantemente interfere em outros, como no familiar, gerando um contexto desarmônico. Dessa maneira, muitas vezes, os jovens têm uma formação repleta de tabus, dentre eles, o sexo. Por esse motivo, tal assunto não é abordado no ambiente familiar. Logo, os adolescentes ficam sem abertura para conversas e para se informar sobre tal questão, tornando-se, posteriormente, adultos desprevenidos. Desse modo, há a persistência de tal situação, sendo essencial invertê-la.         Acresça-se a isso a sociologia funcionalista de Durkheim, a qual defende que, para uma sociedade ser coesa, as Instituições sociais devem funcionar perfeitamente. Todavia, isso não ocorre no Brasil, principalmente em relação à educação pública que se encontra precária. Nesse viés, o currículo do ensino nacional é ultrapassado, e, por isso, a educação sexual não é tratada. Esse quadro leva à formação de uma coletividade desinformada e despreparada para a vida adulta e, que, por conseguinte, acaba não fazendo uso de preservativos durante as relações sexuais, estando mais propensa à contração de DSTs. Diante disso, tal complicação se mantém.        Sendo assim, é primordial modificar o macrocosmo social brasileiro. Nesse âmbito, cabe às famílias ter um diálogo mais aberto sobre sexo com os jovens, através da separação dos tabus religiosos da criação das crianças, com o objetivo de produzir pessoas mais informadas e preparadas. Ainda, é de responsabilidade das escolas garantir aos adolescentes a educação sexual, por meio da inserção de aulas semanais sobre o tema, visando gerar indivíduos cientes de métodos que evitem DSTs. Ademais, é fundamental que a mídia banalize o ato sexual, por intermédio de programas que o trate de forma matura e natural, sem o mistificar, em prol de uma cultura com menos tabus e que o encare como algo, até mesmo, biológico, para que, assim a humanidade possa se reinventar em um mundo mais saudável. Afinal, segundo Paulo Freire, “é preciso plantar a semente da educação para colher os frutos da cidadania”.