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Enviada em: 31/07/2017

Viroses e bacterioses são doenças que além do alto poder de mutação são de fácil transmissão. Um vírion - estado cristalizado do vírus - sobrevive por até um século em meio extracelular. Atualmente, no Brasil, a maioria dessas enfermidades se propaga por meio de relações sexuais, tendo sofrido aumento alarmante no número de infectados. Tal situação decorre da falta de conscientização da população acerca do problema, bem como, do difícil acesso de muitas pessoas ao sistema público de saúde.     A insipiência da sociedade sobre a importância do uso do preservativo colabora com o aumento dos casos de infectados por DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis). Segundo dados do Ministério da Saúde, em pesquisa de 2013, apenas 45% da população sexualmente ativa faz uso de camisinha nas relações. Observa-se, então, que o único método capaz de conter a propagação das DSTs é muito pouco utilizado. Isso se deve ao fato de muitas pessoas desconhecerem a natureza contagiosa e destrutiva dessas doenças, em especial os jovens recém introduzidos na vida sexual, que por receio de tratar do assunto com indivíduos experientes optam por seguir com inúmeras escolhas erradas. Além disso, muitos desconhecem a facilidade com que se é realizado a maioria dos testes de viroses e bacterioses e acabam fazendo sexo sem proteção por acreditar não portar tais patologias. Assim, a ignorância demasiada é fator decisivo na persistência dessa problemática.     Ademais, convém frisar que a falta de postos de atendimento básico em regiões periféricas e na zona rural contribui para o quadro em questão. É fato que a maioria das unidades de saúde pública se encontram nos grandes centros urbanos, isso reflete diretamente no número de transmissões de DSTs. O difícil acesso aos postos de saúde dificulta também o acesso aos preservativos que são distribuídos gratuitamente nos mesmos, além de impossibilitar o diagnóstico das doenças, fator crucial para se adotar o sexo seguro. Dessa forma, não apenas a falta de conscientização é motivo para a piora da situação.     Por todos esses aspectos, percebe-se que a atenuação deste problema só ocorrerá com a mobilização do Estado e da população. Cabe ao Governo Federal financiar campanhas na televisão e redes sociais que esclareçam ao povo os perigos das DSTs. Bem como, o mesmo agente, aliado a Ministério da Educação, deve acrescentar uma disciplina de sexualidade ao currículo do Ensino Médio, abordando o assunto supracitado de maneira aprofundada. Outrossim, deverá o Ministério da Saúde ampliar o alcance das unidade básicas às regiões periféricas e fora do perímetro urbano. Logo, poder-se-á afirmar que o Brasil oferece os meios necessários ao contorno deste quadro, estando as patologias sexualmente transmissíveis presentes apenas nos livros de biologia.