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Enviada em: 01/08/2017

Não são poucos os fatores envolvidos na discussão a respeito do aumento das DSTs no Brasil. Ao longo do século XX, com a explosão no número de indivíduos com HIV no país, a sociedade assistiu ídolos como Cazuza e Renato Russo falecerem, causando comoção e medo. Desde então, apesar dos avanços, os mecanismos de controle das doenças sexualmente transmissíveis ainda não são satisfatórios. Logo, compreender os aspectos que colaboram para esse cenário é essencial para alcançar melhorias e reduzir a quantidade de pessoas infectadas.     Em primeiro lugar, vale salientar que o tabu acerca das doenças sexualmente transmissíveis ainda persiste. As campanhas midiáticas e os programas do governo que incentivam o uso dos preservativos permitiram a expansão da informação à população. No entanto, tais projetos ainda são insuficientes, uma vez que o assunto sofre restrições entre os familiares e na sociedade, o que gera, inclusive, discriminação contra os infectados. Sendo assim, por mais que o conhecimento chegue, não é, de fato, assimilado e discutido. Além disso, muitos enfermos acabam não procurando ajuda por vergonha e se tratam de forma inadequada, o que colabora na propagação das enfermidades.     É fundamental pontuar, ainda, o aumento do descuido frente à crença de que as DSTs são facilmente curadas. À medida que a medicina sofreu avanços, permitiu a sobrevivência de indivíduos infectados até mesmo pelo vírus da AIDS. Desse modo, infelizmente, uma espécie de vacina contra o medo foi distribuída, tornando os mais novos descrentes em relação as consequências negativas que essas doenças podem gerar, como por exemplo, infertilidade e aborto espontâneo. Com isso, observa-se um alto índice de relações sexuais desprotegidas. Prova disso, são dados divulgados pelo Ministério da Saúde, afirmando que 60% dos jovens já deixaram o preservativo de lado pelo menos uma vez.      Nesse sentido, torna-se evidente, portanto, os obstáculos que impedem a redução no número de infectados no Brasil. Cabe às escolas o desenvolvimento de palestras que incluam os familiares e fomentem o debate a fim de esclarecer as dúvidas dos mais jovens e mostrar a importância do uso de preservativo. É imprescindível, também, que o Ministério da Saúde desenvolva mais campanhas ao longo do ano e enfatize que muitas DSTs ainda não têm cura, além de realizar o tratamento correto das doenças. É válido, inclusive, que a mídia aja como instrumento de conscientização através de propagandas referentes ao assunto. Só assim, será possível uma melhora no quadro de saúde do país.