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Enviada em: 31/08/2017

Positivo ou Negativo?    Inspiração para a criação do longa-metragem "Cazuza, o tempo não para", a vida do popstar revolucionário da década de 80 não apenas estreou inúmeras músicas de caráter sócio-político como também obteve papel exemplificador dos transtornos pessoais oriundos de doenças sexualmente transmissíveis. Fora das telas, a cena se repete, de maneira alarmante, no cotidiano de muitos brasileiros, os quais elevam os dados estatísticos do IBGE e contraem - além das doenças - um novo papel social: portador de DSTs.      Em primeiro plano, observa-se que a modernização dos setores farmacêuticos somada à abertura da sociedade a respeito das desconstruções de padrões sociais corroboraram para a imprudência na saúde. Isso ocorre porque o avanço medicinal em tratamentos para doenças sexuais, como aids e sífilis, desencadeia o processo de banalização das ações preventivas, já que muita da vez os coquetéis e demais medicamentos paralisam a infecção em estágios não perceptíveis esteticamente. Além disso, a expansão de movimentos contracultura elevou os dados de pessoas sexualmente ativas, das quais muitas trocaram os cuidados com a saúde por momentos de prazer, descartando o uso da camisinha.      Ademais, os problemas sociais históricos enraizados como abusos infantis e casos de estupros são crimes que elevam a população de infectados por DSTs. Em um dos artigos publicado pelo médico e colunista Dráuzio Varella, as violências sexuais são fatores que mais contribuem para o aumento nas estatísticas dessas doenças. Sendo assim, além do descaso governamental, dos impactos psicológicos e do risco de gravidez indesejada, a vítima possui alta probabilidade de contrair doenças, de modo a obter sequelas físicas e dispender financeiramente com tratamentos.   Infere-se, portanto, que tanto características sociais advindas do pós-modernidade quanto problemáticas sócio-históricas testificam positivo a piora do quadro de infecção por DSTs no Brasil. Por isso, o Ministério da Saúde atrelado ao Ministério das Comunicações devem, respectivamente, expandir as distribuições de preservativos de forma gratuita nos postos de saúde e nas escolas e inserir em rádios regionais nos estados federais publicidades que esclareçam os meios de contaminação e o malefício que essas provocam, a fim de remediar e prevenir as pessoas. Por outro lado, o Poder Público deve intensificar a aplicabilidade das leis punitivas para os agressores de vítimas sexualmente abusadas, com objetivo de estabelecer justiça e amenizar os sofrimentos das vítimas. Assim, os transtornos vividos pelo cantor ficaram presos ao passado, não atingindo mais a sociedade brasileiro do século XXI.