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Enviada em: 01/09/2017

Pelo fim do soro interrogativo              Na década de 90, quando a alta mortalidade consequente ao HIV teve evidência, iniciou-se um movimento de educação sexual no Brasil. Atualmente, com os melhores prognósticos e amenização dos índices de mortalidade após a geração passada, existe um processo inverso relativo ao número de infectados por DSTs. Torna-se notável, então, a importância da discussão pública acerca do assunto.       A despreocupação do jovem quanto às consequências de portar uma doença sexualmente transmissível, é, primeiramente, produto do abrandamento das campanhas conscientizadoras. Isso se deu, paradoxalmente, devido ao sucesso do movimento no século passado, corroborando erroneamente para sua interrupção sem projetar às gerações futuras. Dessa maneira, o processo massivo de educação não atingiu a contemporaneidade, que resultou na elevação do número de portadores.              O estado de ignorância dá-se, também, pela cultura discriminatória aos doentes. Tal panorama se explica, novamente, pela falta de conhecimento que predispõe julgamentos falaciosos oriundos de uma sociedade construída em tabus, principalmente na esfera sexual. Ademais, o preconceito induz à autonegação, fator que diminui a possibilidade de saber que é portador de quaisquer distúrbios por não haver o hábito de realização de exames específicos periódicos, potencializando, assim, a transmissão inconsciente.                  É inegável, portanto, o valor das campanhas ininterruptas de conscientização e educação sexual. O Governo Federal deve viabilizar às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde possibilidade de constante atenção aos pacientes com DSTs, e realizar campanhas midiáticas não apenas no carnaval, mas durante todo o ano. Compete às ONGs criarem programas de aconselhamento e acolhimento dos cidadãos com tais mazelas, difundindo, também, o hábito de exames periódicos como um meio profilático a todos por meio de ações itinerantes a fim de abranger o maior número de áreas. Analogamente à ideia de Kant, que diz que o ser humano é aquilo que a educação faz dele, se a ignorância continuar não haverá mudança no avanço dos infectados.