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Enviada em: 07/09/2017

Entre as marcas que caracterizam o desenvolvimento social de uma nação, sem dúvidas está o modo de como a questão da saúde pública é tratada pelos seus governantes. Sob essa ótica, infelizmente, não se pode dizer que o Brasil seja desenvolvido nesse quesito, uma vez que os casos de doenças sexualmente transmissíveis, principalmente entre os jovens, não param de crescer por todo o país. Essa constatação, exige uma reflexão sobre os principais aspectos que fazem deste um terrível problema na vida de milhões de brasileiros.       O sociólogo Polonês Zygmunt Bauman explica, em sua modernidade líquida, como as relações na pós-modernidade tornaram-se efêmeras, em que não são feitas para durar. Através desta perspectiva, pode-se compreender o aumento significativo de parceiros sexuais entre os jovens na sociedade contemporânea. Essa afirmativa aliada aos fatos sociais propostos por Durkheim, em que os interesses coletivos sobrepõem-se sobre os individuais, surge que, para o senso comum entre os jovens, a ideia de que o uso de preservativo é algo careta e ultrapassado, diminuindo consideravelmente o uso deste método de proteção, o que infelizmente contribui diretamente para o aumento dos casos das doenças sexualmente transmissíveis no país.       Outro ponto a ser observado, é que com o surgimento de medicamentos cada vez mais fortes e efetivos, aparece um problema social gravíssimo: a perda do medo da doença. Com os grandes avanços da medicina contemporânea, surgiram remédios eficazes contra algumas DSTs, como o coquetel antirretroviral que inibe a transcriptase reversa do vírus HIV. Consequentemente, surge no imaginário popular, a ideia de que estas doenças já estão controladas e não provocam mais vítimas fatais, o que acaba gerando um grave problema de saúde pública no Brasil. Nesse contexto, torna-se necessário ressaltar a inoperância do Estado, uma vez que cabe a este garantir a saúde da população.       É visível a necessidade de uma intervenção na questão das doenças sexualmente transmissíveis no Brasil. Cabe ao ministério da saúde, através de parcerias com a grande mídia, a veiculação de comerciais televisivos que expliquem a gravidade destas doenças, e que as mesmas não devem ser subestimadas, visando que a população pare de negligenciá-las. Cabe às escolas, através de palestras com profissionais da saúde, explicarem para seus alunos a importância do uso de preservativos para evitar estas terríveis doenças, visando diminuir o número de infectados por estas enfermidades. Cabe às famílias, através de conversas educativas, conscientizarem seus filhos a sempre usarem preservativos, visando uma melhor qualidade de vida. Nesse contexto, torna-se válida a assertiva de Platão: “O importante não é viver, mas viver bem”.