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Enviada em: 08/09/2017

Durante a década de 1980 ocorreu a pandemia de AIDS, doença na época pouco conhecida e que, por conseguinte, era considerada como uma forma de câncer, o qual acometia somente os homossexuais, entre outros mitos. Anos depois, apesar de as descobertas na área da saúde permitir o tratamento e o controle do problema, o Ministério da Saúde revelou o recente aumento em mais de 30% dos casos de sífilis, além de demais DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) no Brasil. Tal conjuntura se dá pela flexibilidade irresponsável nas relações interpessoais, além da diminuição do uso de preservativos, ocasionada pela possibilidade de medicação.   Antes de tudo, é preciso considerar os impactos da sociedade pós-moderna para o aumento do índice de DST no Brasil. Nesse sentido, conforme o conceito do sociólogo Zygmunt Bauman, as relações interpessoais estão se tornando cada vez menos concretas e os indivíduos tendem a se relacionar com um grupo maior de pessoas. De mesmo modo, em decorrência da “modernidade líquida”, é perceptível o crescimento do número de cidadãos que apresentam vários parceiros sexuais, o que aumenta o risco da transmissão de efemeridades, sobretudo, quando os encontros casuais são associados às bebidas alcoólicas, diminuindo a responsabilidade para a prevenção, segundo a Organização Mundial da Saúde.   Outrossim, os avanços médicos permitiram o tratamento das doenças, porém acarretou o aumento da transmissão. Essa situação contraditória, observada por muitos especialistas, ocorre devido à carência de orientação acerca do processo de remediação contra as DSTs, o que provoca a falsa ideia de que a AIDS possui cura, por exemplo. Dessa forma, resultado da possibilidade de tratamento, atrelada à falta de informação, a negligência quanto ao uso de preservativos torna-se crescente. Prova disso é a pesquisa feita pelo IBGE, a qual indica o aumento em mais de 9% dos jovens que não utilizaram proteção na ultima relação sexual, sendo que grande parte dos menores que se preveniram estavam mais apreensivos em evitar uma gravidez indesejada.   Em síntese, é preciso que os veículos de comunicação de grande alcance, como a televisão e a internet, promovam o conhecimento acerca dos comportamentos de risco, bem como a importância da prevenção para evitar o contágio, a partir da exibição de entrevistas com especialistas, além de ficções engajadas que retratem o tema. Ademais, a longo prazo, cabe à escola oferecer informação aos adolescentes, por meio de palestras e debates com médicos, mostrando que apesar da existência de tratamento, a prevenção baseada no uso de preservativos ainda é o melhor caminho para controlar as doenças sexualmente transmissíveis.