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Enviada em: 21/09/2017

Recentemente, a cantora Pabllo Vittar fez uma parceria junto ao Ministério da Saúde cujo objetivo seria evidenciar a necessidade e a importância de usar preservativos durantes relações sexuais. É inegável a urgência de campanhas desse tipo, principalmente quando o número de pessoas infectadas por doenças sexualmente transmissíveis vem sofrendo um aumento considerável, sobretudo, no público jovem. Nesse sentido, torna-se imprescindível discutir que os avanços conquistados na área médica não substituem a relevância da educação sexual, em especial nos ambientes escolar e familiar.     Em primeiro lugar, é preciso atentar para o fato de que nos últimos trinta anos houve grandes avanços  para prevenir e para tratar determinadas consequências de se manter relacionamentos sexuais que ocorreram de forma desprevenida. Tal cenário incentiva, mesmo que de forma indireta, um comportamento hedonista, principalmente nos jovens. Com o aperfeiçoamento do chamado "coquetel", que permite ao portador do vírus HIV ter uma vida normal, o surgimento de vacinas e desenvolvimento de novos antibióticos, houve uma redução na sensação de medo de se contaminar, deixando as pessoas mais relapsas no aspecto preventivo. Evidência dessa conduta seria a crescente epidemia de sífilis que o Brasil passou a vivenciar na última década.    Além disso, é razoável analisar, também, que a ausência de educação sexual é dos fatores que contribuem para o aumento do número de casos de pessoas contaminadas por DSTs. Seja no ambiente escolar, seja no núcleo familiar, a ausência de orientação sobre sexualidade não impede ou inibe a prática do sexo. Pelo contrário, observa-se que pessoas que foram instruídas desde cedo a fazê-lo de forma segura, têm sua iniciação sexual mais tardia do que aqueles que não tiveram acesso a quaisquer tipos de informações sobre a questão.     Torna-se evidente, portanto, a importância de se debater a problemática do aumento de infectados por DSTs. Para isso, o Ministério da Saúde deveria aumentar a capacidade do SUS de fornecer testes gratuitos para doenças como HIV, Sífilis e Hepatite B, oferecer e encaminhar para tratamentos adequados os possíveis contaminados. Também seria interessante o governo manter, reforçar e estender para outras mídias- como televisão e rádios- a política de campanhas que incentivam o uso de preservativos. Tais campanhas não deveriam focar somente no aspecto contraceptivo da camisinha, mas também no que diz respeito às doenças. Além disso, as campanhas deveriam ser veiculadas durante todo o ano, não apenas em períodos festivos, como o carnaval. Por fim, é fundamental que escola e família se unam a fim de estimular o debate sobre sexo seguro, incentivando debates com a ajuda de profissionais especializados como professores, médicos e psicólogos.