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Enviada em: 01/10/2017

No final do século XX, o país passou por um período de grande prosperidade econômica que ficou conhecido como "Milagre Econômico". O otimismo gerado nessa conjuntura traduziu-se em uma frase que permanece, até hoje, na cultura popular: "Brasil: o país do futuro". Entretanto, os obstáculos vivenciados na área da saúde, como o aumento da incidência de doenças sexualmente transmissíveis, revelam que talvez o futuro não esteja próximo de chegar. Nessa perspectiva, a problemática é persistente na sociedade brasileira em função da isenção coletiva em negar o assunto, além da apatia pública em oferecer programas preventivos, contribuindo para a cristalização do problema.      É primordial elencar, inicialmente, que a falta de informação, principalmente entre os jovens, dos riscos nas relações sexuais sem proteção, impulsionam a manutenção do problema. Diante disso, vê-se a conjectura da negligência do uso de preservativos como o fator comum à ampliação de patologias sexualmente transmissíveis, como a gonorreia e aids, por exemplo. Em corolário, a visão compartilhada de que tais disfunções são motivos de vergonha e condenação, fatores que legalizam o assunto como tabu, comprova a ausência de laços e redes capazes de cessar esse obsoleto ideário que permeia na população canarinha; o que coopera, portanto, com quadros discriminatórios. Prova disso, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 60% das pessoas não utilizam preservativos, sendo que grande parcela não reconhece os sintomas, como o da sífilis.     Além disso, nota-se, ainda, que o Poder Público também causa a amplificação das patologias sexuais. Isso ocorre porque, alienados pelo capitalismo selvagem e pelos subvertidos valores líquidos da atualidade, os governantes negligenciam a necessidade fecunda de mudança dessa distópica realidade envolta na problemática. Assim, a carência de um atendimento público especializado, aliado a omissão das instituições de ensino tocante ao impasse, fomentam a permanência desse cenário retrógrado. Não é à toa, então, que consoante a Secretaria do Estado de São Paulo, tenham sido  registrados um aumento de 39,5 mil novos casos de infectados por doenças sexualmente contagiosas.     Torna-se evidente, assim sendo, que o aumento de casos de DSTs no Brasil deve ser combatido. Desse modo, cabe ao Ministério da Educação a criação de um programa escolar nacional que vise a contemplar a importância do uso de preservativos no ato sexual e debater acerca das doenças existentes, o que deve ocorrer mediante o fornecimento de palestras e peças teatrais que abordem essa temática, a fim de amenizar bases estereotipadas do país, através do conhecimento. Logo, o Ministério da Saúde deve orientar projetos que promovam a informação em ambientes públicos e centros médicos por meio de cartazes educativos e orientações médicas, que vise um ideal futurista.