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Enviada em: 01/10/2017

Segundo Jean-Paul Sartre, filósofo francês, o ser humano é livre e responsável; cabe a ele escolher o seu modo de agir. Logo, com a elevação dos casos de contágio por doenças sexualmente transmissíveis no contexto hodierno, observa-se que garantir a própria proteção contra os agentes etiológicos é compromisso do homem, atitude que, no entanto, não vem ocorrendo. Prova disso é que, na atualidade, a Organização Mundial da Saúde (OMS) contabiliza aproximadamente 5 milhões de brasileiros infectados. Dessa forma, convém analisar as motivações e os corolários oriundos da problemática supracitada.  Primeiramente, é preciso pontuar as raízes dos altos índices de contaminação com doenças sexualmente transmissíveis pela população brasileira no século XXI. Alude-se, nessa perspectiva, à educação sexual precária oferecida aos jovens nos lares, o que, sem dúvidas, propicia a propagação da falta de informações preventivas no que se refere à prática do sexo seguro. Tal circunstância não apenas intensifica o aumento no número de relações sexuais desprotegidas e gravidezes indesejadas, como também, devido à ausência de conhecimento prévio, dificulta a identificação dos sintomas ocasionados pelas patologias. Sob esse viés, nota-se que a morosidade na procura de tratamento médico adequado exerce papel preponderante na redução da qualidade e da expectativa de vida dos infectados.   É crucial destacar, nesse sentido, que, consoante pesquisas do Ministério da Saúde, cerca de 60% dos cidadãos sexualmente ativos não utilizam métodos contraceptivos de barreira física, como a camisinha, o que provoca implicações negativas drásticas. Tal comportamento inconsequente é responsável, por exemplo, pelo crescimento das porcentagens de mortalidade materna e infantil nas situações de transmissões congênitas, isto é, ocorridas no período gestacional normalmente via placentária ou no instante do parto. Fica evidente, portanto, que a subversão de medidas profiláticas básicas, como uso correto de preservativos, impede o combate apropriado dessas doenças.   Destarte, o estabelecimento de diretrizes é imprescindível para reverter esse cenário. Portanto, as escolas podem criar projetos educativos, como palestras e fóruns de debate comunitários, em parceria com médicos de postos de saúde públicos, objetivando promover reflexões com os alunos acerca da necessidade de proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis. Concomitantemente, o Ministério da Saúde pode investir na veiculação de campanhas de sensibilização nas mídias televisivas, incentivando a orientação preventiva dos jovens pelas famílias. Afinal, conforme o filósofo Platão, “o importante não é viver, mas viver bem”.