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Enviada em: 26/09/2017

Literatura e Prevenção         A palavra sífilis foi apresentada, em 1530, quando o poeta italiano Girolamo Fracastoro criou um personagem com este nome, através da figura de um pastor. Entretanto, tal autor não poderia imaginar que, em pleno século XXI, uma doença assim conhecida e diversas outras fariam parte da infeliz realidade de milhares de brasileiros, sendo esses vitimados pelas temidas DSTS.     Conforme dados do site Saúde, cresceu em 32% o número de indivíduos portadores de enfermidades oriundas do sexo não protegido, sendo as mais famosas: HIV, HPV, sífilis, gonorreia e herpes. Diante de tal número, surge uma problemática ainda maior: o descaso de inúmeros jovens e adultos frente aos métodos de prevenção, como a camisinha. Sob a justificativa de que esta seria pouco prática e até mesmo desconfortável, inúmeras pessoas deixam de lado uma das ferramentas mais importantes e poderosas em um campo de prevenção. Anualmente, milhares de vidas são interrompidas por uma "falta" de conhecimento monstruosa acerca das possíveis consequências ao se ignorar um método como este, visto que muitos creem que nunca serão vitimados e, dessa forma, aumentam ainda mais uma estatística que poderia ser reduzida.         Ademais, já afirmava o filósofo inglês, Francis Bacon, que as condutas, assim como as doenças, são contagiosas. Uma analogia para tal afirmação se dá nos casos de gestantes e idosos, os chamados grupos de risco, que muitas vezes deixam de lado certas DSTS, de modo a não enxergar os perigos ainda maiores próximos a esses grupos. Isso ocorre devido à baixa imunidade que os primeiros adquirem ao longo da vida e, desta forma, tendo dificuldade no tratamento de doenças simples, como a gonorreia. No caso das gestantes é ainda pior, pois são doenças silenciosas como a sífilis que podem não só causar malformações neurológicas no feto, com também levar ele à morte.         Por fim, depreende-se que os caminhos para combater o surto de DSTS devem estar direcionados à disseminação de informação, através de um marketing que transmita aos cidadãos a necessidade da proteção. Para isso, as Prefeituras devem financiar tendas públicas de coleta de sangue, para facilitar a realização de exames e condicionar um tratamento específico direcionado a pessoas portadoras. Além disso, é fundamental que estudantes de ciências da saúde visitem moradias de pessoas do grupo de risco, de modo a mostrar através de simulações os perigos das doenças que, há seculos, deixaram de fazer parte apenas de uma literatura antiga.