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Enviada em: 29/09/2017

As décadas de 60 e 70, marcadas pelo ápice da revolução sexual, trouxeram consigo a prática do sexo de forma mais liberal, o que contribuiu naquela época para o aumento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Atualmente, apesar do grande influxo de informações sobre saúde e doenças, o Brasil enfrenta um aumento vertiginoso de novos casos de doenças ligadas ao sexo, o que demonstra a falta de cuidado de parte significativa da população com a saúde sexual. Desse modo, o aumento de infectados por  DSTs no país têm origem em problemas estruturais e sócio-culturais.   Ao analisar, em primeira instância, o início da vida sexual da população brasileira, nota-se que esta ocorre de maneira precoce e despreparada.Por conseguinte, a ausência de educação sexual, tanto por parte dos pais e familiares, quanto pelas escolas, por meio de educadores sexuais habilitados, obriga jovens a suprir essa deficiência através de pesquisas na internet ou até mesmo por intermédio de vivências de outros amigos, o que fomenta um ciclo de desinformações, gerando, por consequência, novos casos de infeções sexuais como sífilis, gonorreia e HPV. Assim, segundo dados do Ministério da Saúde, por exemplo, a faixa etária entre 15 e 24 anos contribuiu com mais de 35% de novos casos de contágios no Brasil, ilustrando a falta de estratégias específicas de prevenção a esse público.   Ademais, segundo o romancista espanhol George Santayana, 'Aqueles que não conseguem lembrar do passado estão condenados a repeti-lo'. Nesse sentido, a epidemia de Aids, causada pelo vírus HIV, na década de 80, deveria servir como alerta e aprendizado recente para a geração atual, o que não ocorreu, no entanto. Dessa maneira, segundo a UNAIDS, entre os brasileiros ocorreram mais de 48 mil novos casos de infecção pelo vírus causador da sida, a qual afeta o sistema imunológico e expõe o indivíduo não tratado as demais ISTs. Isso se deve a baixa adesão ao preservativo como estratégia de prevenção combinada, somando-se ao diminuto ou inexistente acesso à informações sobre novos métodos preventivos, como as profilaxias pré e pós exposição (PEP e PREP), acarretando a manutenção de novos casos, o que impossibilita o não espalhamento de novos contágios.   Nesta perspectiva, portanto, o aumento de novos casos de DSTs no país tem causas estruturais e sócio-culturais. Logo, cabe ao Governo Federal, através do Ministério da Saúde em parceria com prefeituras e secretarias locais, desenvolverem campanhas educativas e palestras integradas junto as famílias que visem,por meio da educação sexual, proverem informações adequadas sobre sexualidade e estratégias efetivas de prevenção, adequando a linguagem a cada publico alvo.Dessa forma, ao capacitar os cidadãos sobre meios de infecção, causas e tratamentos existentes, espera-se a diminuição progressiva de novos casos, possibilitando, então, a discussão franca sobre sexualidade. seus