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Enviada em: 28/09/2017

Na última década, as políticas públicas nacionais de combate e prevenção a doenças sexualmente transmissíveis (DST), aids e hepatites virais tiveram a eficácia diminuída. A ausência de campanhas nacionais de prevenção e informação direcionadas às populações de risco e o preconceito velado ao tratar publicamente de sexualidade estão entre as principais críticas feitas por pesquisadores e movimentos sociais com atuação na área.    A estagnação nas políticas públicas voltadas às DST e ao HIV coloca em xeque a imagem do Brasil como referência mundial no tratamento de aids, conquistada, principalmente, com a inclusão da doença no Sistema Único de Saúde, em 1992. A veiculação de campanhas informativas, principalmente as direcionadas às demais DST, ainda são um campo inexplorado pelo Ministério da Saúde.   Hoje, as propagandas do órgão federal têm como objetivo a prevenção de todas as doenças sexualmente transmissíveis com incentivo ao uso de camisinha. “A população só tem acesso a mais informações se ela quiser procurar por isso. A gente não vê qualquer tipo de orientação na televisão e no rádio, a não ser na época do Dia Mundial da Aids [1º de dezembro] e no Carnaval, que é quando todo mundo se manifesta.  A deficiência de campanhas de prevenção e orientação está intrinsecamente relacionada aos costumes morais da sociedade. A falta de informação sobre as DST está diretamente ligada à religiosidade e ao preconceito com relação à população e ao comportamento de risco, como  promiscuidade, profissionais do sexo e a poligamia, uma vez que a maioria das religiões cristãs apresenta posição desfavorável e, em alguns casos, condenatória, com relação aos relacionamentos homossexuais.  Portanto é necessário que haja maior divulgação e campanhas relacionadas ao assunto, principalmente veiculados aos grupos de risco, pois com maiores informações, e assim evitando o aumento do número de infectados no país.