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Enviada em: 28/09/2017

Navio Negreiro         A Penicilina, descoberta em 1928, foi usada, inicialmente, no combate a bactérias presentes em ferimentos. Posteriormente, na Segunda Guerra Mundial a substância foi utilizada e produzida em larga escala, a qual foi fundamental para salvar a vida dos combatentes de guerra. Apesar do lapso temporal, percebe-se a persistência do uso desse medicamento, utilizado, hoje, no controle das DSTs, doenças que disseminam-se de forma exponencial na atualidade. Nesse contexto, faz-se pertinente discutir as causas do aumento recorrente dos casos de DSTs no Brasil.       Analisando o cenário brasileiro, observa-se que o aumento das infecções por DSTs está relacionado a diminuição do receio populacional em contrair tais doenças. Isso porque o avanço dos tratamentos alternativos possibilitaram o controle de certas moléstias que eram consideradas letais, mas que, hoje, podem ser administradas, a exemplo da Aids. A partir daí, notou-se o aumento da negligência individual de prevenção, como exemplo da camisinha, a qual vem sendo utilizada em níveis cada vez menores, por ser considerada desconfortável em uso. Prova disso são os atuais dados da OMS, os quais alegam o uso de preservativos em apenas 40 % das relações sexuais entre os jovens.         Aliado a isso, nota-se que o crescimento dos índices das DSTs está interligado à ausência de campanhas eficazes, somado à resistência individual de prevenção. Isso porque esse problema ainda é visto como um tabu por a sociedade vigente, negando-se a reconhecer os riscos de tais doenças. Logo, a população, alheia de informação, não recorre a exames periódicos, nem realizam práticas de prevenção seguras, correndo o risco, então, de contrair essas doenças sexuais que, muitas vezes, em razão de seu estágio não podem ser controladas por remédios, trazendo risco à vida. Essa realidade poderia ser transformada pela educação preventiva de saúde, o que poderia gerar a conscientização, corroborando com o pensamento Kantiano: " O ser humano é aquilo que a educação faz dele."        Portanto, melhorias são necessárias para combater essa problemática. É imprescindível, então, que o Ministério da Saúde em parceria com os municípios promovam eventos, como palestras, à sociedade, ministradas por médicos, com o objetivo de debater a importância da prevenção e os riscos das doenças, a fim tornar mais acessível o conhecimento sobre o tema. Paralelamente a isso, deve-se implantar exames periódicos para testes de DSTs em comunidades, promovidos pelo SUS, bem como o maior contato com métodos preventivos e tratamentos em hospitais, com o objetivo de alcance do acompanhamento e ajuda médica à população. Afinal, as péssimas condições de saúde do Navio Negreiro, de Castro Alves, a sua época, não pode tornar-se realidade na saúde pública brasileira.