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Enviada em: 30/09/2017

O crescimento dos casos de doença sexualmente transmissíveis revela o quanto a sociedade brasileira está regredindo quando se trata de questões básicas de saúde. Isso se deve à falta de educação voltada para assuntos considerados tabus, como o sexo e a suas consequências, pouco abordados no ambiente familiar - por medo dos pais acharem que estão dando liberdade para os filhos - e dentro da escola. Diante dessa "camuflagem", os jovens são os mais afetados por DSTs e a falta de conscientização é o maior empecilho para que o Brasil não supere essa triste realidade.  Nessa perspectiva, as doenças venéreas voltam a ser uma "praga", como eram designadas há milhares de anos, seja na Bíblia ou na Grécia Antiga. Só nos últimos anos, o número de infectados pelo HIV aumentou 50%, segundo o Ministério da Saúde. Outro dado importante é que 60% dos jovens já fizeram sexo sem preservativo e a maioria nunca realizou o teste para detecção do vírus, o que justifica o aumento dos casos. Essa negligência tem a ver também com o fat de as DSTs parecerem "coisa do passado" ou com a falsa ilusão de que "isso nunca vai acontecer", o que leva meninos e meninas a não se preocuparem com a prevenção, a qual a mais importante é o uso da camisinha. Somado a isso, muitos ainda associam a AIDS como a única doença mais grave, deixando de se importar com os outros vírus e bactérias transmitidos pelo sexo sem segurança.  Além disso, ainda há pouca informação sobre a ineficácia do anticoncepcional na prevenção de doenças transmitidas pelo sexo. Na década de 60, com a descoberta dessa pílula e com a maior liberdade sexual entre os jovens do Movimento Hippie e Gay Power, houve um aumento dessas patologias. Atualmente, muitos ainda acham que se previnem com o uso do anticoncepcional, no entanto, ele apenas diminui os riscos de gravidez. Dessa maneira, é evidente a necessidade de se falar mais abertamente sobre a temática com os filhos e na sala de aula, com professores que alertem sobre as várias patologias causadas pela não prevenção, como a Clamídia (DST mais comum no Brasil) e a Sífilis, que voltou a ser uma epidemia, acometendo também recém-nascidos que correm o risco de ficarem cegos, possuírem demência e até morrerem.  Destarte, para acabar com esse problema de saúde pública, é preciso que as responsabilidades sejam compartilhadas entre o Poder Público, escolas e mídia. O Ministério da Saúde deve elaborar projetos que informem sobre a prevenção e o tratamento das DSTs em comunidades mais afastadas, por meio de palestras e consultas com profissionais da área da saúde. Cabe à mídia disponibilizar propagandas e debates sobre o assunto, assim como a escola deve orientar, através da implantação da disciplina de educação sexual, sobre a importância do uso do preservativo e da ida anual ao médico.