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Enviada em: 01/10/2017

Números do desprazer      O desmembramento da sociedade brasileira, apesar de ser marcado pela alta quantidade de informações e estudos realizados sobre os tipos de doenças sexualmente transmissíveis, não impediu que as estatísticas sobre seus números de casos apresentassem melhora. Porém, de forma antagônica, os dados atuais revelam um aumento nas taxas em relação aos anos anteriores sobre o assunto, o que pode ser explicado pela falta de conhecimento sobre seus perigos e/ou de prudência em relação à saúde própria e do respectivo parceiro. Que fatores explicam tal cenário?      Infelizmente, há possibilidade de pessoas infectadas por agentes etiológicos decorrentes de relações sexuais descuidadas não reconhecerem que são portadoras desses microrganismos. Seja por desconhecimento ou por falta dos sintomas aparentes, o fato é que nesses casos a difusão se dá pela ignorância de quem os hospeda. Apesar de ser o mais temido hoje por não ter cura, o vírus HIV, em alguns, pode ser inativo; assim, o paciente é soropositivo mas não apresenta a AIDS, e pode transmiti-lo a outros parceiros, se não for feito o uso de preservativo.      Outro aspecto, que pode ser classificado como mais importante - por ser o que mais intensifica a propagação de DST's -, é o descaso, o pouco valor dado a essa problemática por grande parte da população, geralmente a dos mais jovens. Como a hora da transa é repleta de emoção e afloração de hormônios, há chance de que se esqueça da segurança e de se pensar nas possíveis consequências futuras. Conforme isso ocorre, aqueles que possuem diversos parceiros correm o risco de serem infectados, pois nem todos são racionais quanto ao cuidado com a saúde sexual. Dentro de tal contexto encontram-se aqueles que preferem não se proteger, pois acreditam que a camisinha - única prevenção eficaz contra o contágio direto via relação - diminui a sensação de prazer no ato, dando oportunidade ao azar.      Para que, portanto, o quadro de calamidade analisado no país se inverta, é preciso que o MEC, em parceria com o Ministério da Saúde, invista na preparação de profissionais para organizarem palestras públicas em todas as escolas sobre os malefícios das possíveis consequências do sexo sem precauções e pontos de exames grátis, para aqueles que quiserem verificar seus estados, exigindo que aulas de educação sexual sejam obrigatórias aos ensinos Fundamental 2 e Médio a fim de que mitos sejam desconstruídos e que haja despertamento em cada indivíduo. Diante disso, o esclarecimento e o incentivo ao cuidado farão as curvas preocupantes dos gráficos caírem.