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Enviada em: 29/09/2017

Segundo a teoria ética do filósofo grego Aristipo de Cirene, as atitudes humanas deveriam atingir um fim específico: o gozo de todo o prazer imediato. Desse modo, esse pensamento tem-se feito presente na população de jovens no que tange ao uso de camisinha como meio de prevenção às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Nesse sentido, vale analisar a falha na medicina preventiva, bem como o sentimento de “super-heroísmo” entre esse setor da sociedade.      Cabe pontuar, em primeiro plano, que a cultura do brasileiro é imediatista. Uma prova disso está no próprio sistema de saúde presente no país, que tem maior atuação em prontos-socorros do que em postos de saúde preventiva. Dessa forma, a falta de consultas de rotina e exames clínicos, dotados de capacidade de detectar possíveis DSTs e outras enfermidades, não são aplicados como costume do brasileiro, o que colabora para a continuação do ciclo de infecções dessas doenças, a exemplo do aumento de 30% nos casos de sífilis e gonorreia, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz.      Ademais, os sentimentos de imunidade e intocabilidade ligados ao jovem também são fatores para o aumento nos casos de DSTs. Apesar de haver a livre circulação de ideias a respeito do sexo protegido, além da disponibilidade gratuita de métodos contraceptivos nos postos de saúde de todo o país, uma pesquisa divulgada pelo Jornal Folha de São Paulo indica que 60% dos adolescentes têm relações sexuais desprotegidas. Destarte, esse índice revela, na maioria das vezes, a sensação de “super-heroísmo” nessa parcela da população que se sente inatingível às infecções, contribuindo também para a ascensão dos casos de AIDS na sociedade, indo de forma contrária às campanhas preventivas.      Para que se reverta esse cenário é preciso o engajamento do poder público e da própria sociedade. Sendo assim, é fundamental a atuação de Secretarias de Saúde, em parceria com a iniciativa privada, na mobilização de profissionais da área em eventos públicos para a realização de exames clínicos, como o hemograma, atuando na detecção de doenças sexualmente transmissíveis, de forma a levar conhecimento aos indivíduos sobre essas enfermidades e incentivar o uso de camisinha na prevenção das relações sexuais. Isso pode acontecer com a participação de Universidades na divulgação de pesquisas acadêmicas, levando ao debate de escolas e do corpo civil a necessidade de pensar racionalmente, de modo a afastar o pensamento proposto por Aristipo.