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Enviada em: 24/07/2018

O filósofo Francis Bacon, em um de seus conceitos, afirma que o comportamento humano é contagioso- torna-se enraizado e frequente à medida que se reproduz- o que pode ser observado no grande número de pessoas que festejam o carnaval, que se tornou um símbolo do povo brasileiro. Todavia, em um contexto neoliberal, também é uma forma de lucro, e, ainda, um jeito de mascarar as mazelas do país. Logo, são necessárias mais ações dos órgãos governamentais e sociais, visando o enfrentamento dessa questão.     A princípio, é possível considerar que o carnaval está se transformando em uma festa cada vez mais elitizada. Conforme o escritor francês Guy Debord, em seu livro "Sociedade do espetáculo", hoje, as pessoas são mediadas por imagens, em que a lógica do consumo está em praticamente todas esferas da vida. À vista disso, as pessoas que possuem um melhor poder aquisitivo estão em lugares privilegiados, seja no carnaval de rua ou em sambódromos, enquanto a classe baixa fica em locais com pouca segurança e visibilidade. Dessa forma, o sentido de tradição já foi ultrapassado pela busca excessiva do lucro.   Além disso, essa comemoração é uma estratégia política para camuflar as problemáticas sociais. Nessa perspectiva, é preciso considerar a semelhança com a prática pão e circo do Império Romano, que consistia em espetáculos e alimentos aparentemente gratuitos fornecidos ao povo pelos regentes, com a finalidade de prevenir que a massa entendesse a mediocridade de sua condição social naquele contexto. Diante disso, é notório que necessidades básicas da população como educação e saúde não são atribuídas e nem reivindicadas durante esse período.   Tendo em vista os argumentos supracitados, observa-se a necessidade de medidas que mitiguem o atual panorama. Portanto, o Governo deve, por meio de retorno de investimentos carnavalescos, destinar mais verbas para área da saúde, educação e segurança, a fim de que haja além da alegria da festa, o beneficio para a sociedade. Ademais, o Ministério da Justiça -por meio da implantação de leis- deve impor limites nas cobranças abusivas das atrações festivas, para que, o cidadão de qualquer poder aquisitivo possa participar. Tais medidas poderiam tornar o século XXl um período de mudanças que estaria marcado na história para as futuras gerações.