Materiais:
Enviada em: 29/07/2018

A cultura brasileira é uma aquarela de cores. Cada cor representa a fotografia de um povo que transmitiu os seus valores e costumes à formação de uma identidade cultural sólida e abundante, alentando a nacionalidade, enriquecendo e envolvendo a nossa história, que não nos pertence, no entanto pertencemos a ela.    A filósofa britânica Mary Midgley, em sua obra ''Beast and man'', discorda da abstração que a cultura é totalmente adversa à natureza. Seu fascínio consiste em afirmar que a cultura é um fenômeno natural, evoluindo para que haja um amplo entendimento sobre a natureza humana. Em primeiro plano, segundo Michel Foucault, a ideia de ''natureza humana'' é paradoxal e uma invenção recente, ademais ratifica que somos criaturas estranhas olhando para diferentes direções ao mesmo tempo. Inegavelmente, pretendemos aplicar sentido ao mundo ao engajarmos projetos e tarefas que conferem unidade à vida, mas ser humano é estar imerso no mundo cotidiano, definindo nossa existência e a nossa auto-afirmação como parte de uma identidade nacional.      Por conseguinte, o carnaval não possui apenas um rótulo de manifestação cultural, mas por certo alimenta a liberdade de espírito e opulenta suas origens. Todavia, encontramos obstáculos no decorrer desta veracidade. Em outras palavras, a cultura de massa aborda o carnaval e outros símbolos da nacionalidade brasileira como um conhecimento produzido apenas para fins lucrativos, pertencendo a grandes corporações que arquivam a informação em seu bancos de dados, julgando e visando o capitalismo, mas não sua verdade.      Urge, portanto, que a cultura de massa não incorpore componentes da nacionalidade brasileira apenas como fins de exploração capitalista. Desta forma, por meio de cortes nas verbas destinadas à circulação da produção e consumo desta mercadoria cultural, a base humilde do carnaval será revigorada, promovendo assim a evidência de atos reais no nosso governo, afinal, os Estados não são agentes morais, mas as pessoas são.