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Enviada em: 07/07/2018

Violência Disfarçada     Atualmente o brasil ocupa a posição de 4º país com maiores índices de casamentos infantis do mundo. Com isso, evidencia que a maioria dos casos estão entre meninas de 14/16 anos com homens nitidamente mais velhos. Isso demonstra, mais uma vez, a atuação do machismo na sociedade brasileira. Como consequência - além da reprodução da visão sexista -, nota-se a vulnerabilidade social e econômica presente na vida dessas meninas.    A priori, deve-se entender e analisar as motivações/causas que propiciam a incidência dos casamentos infantis no Brasil. Notoriamente, a cultura machista enraizada na sociedade desde a Antiguidade Clássica - mulher extremamente caseira; papel exclusivo de cuidar dos filhos e maridos - levam a um pensamento a cerca da moralidade feminina - imposta - que deve ser firmemente seguida. Englobando tal pensamento a um dado contexto social - condição financeira da menor; busca por uma "proteção particular"; e até mesmo, uma gravidez inesperada - entende-se que, muitas dessas garotas não possuem brandamente uma opção livre de escolha , mas sim, visam apenas a uma saída/um escapismo melhor dentre as opções que lhes são fornecidas.      A posteriori, verificam-se vastas consequências advindas do casamento infantil, na vida dessas meninas. Notoriamente, apresenta-se como o maior incidente um menor índice de escolaridade dessas crianças - após o casamento -, justamente por terem de abandonar a vida escolar a fim de se dedicarem exclusivamente a típica vida de dona de casa. Ocorre também, a probabilidade 22% maior delas sofrerem diversas violências por parte do marido/companheiro - seja física ou moral. Agravando, assim, o percentual de gravidez de menores na sociedade brasileira - ocasionando, em maior ou menor grau, a mortalidade infantil de meninas que se tornaram mães e/ou da nova criança: o filho/a.       Denota-se, portanto, que tem-se como principal fator para tanta ocorrência de casamentos precoces a cultura machista inserida há tanto tempo no país, resultando em uma violência disfarçada justamente por privar o desenvolvimento pleno dessas crianças. Com isso, é evidente o papel da escola no que diz respeito a conscientização/orientação do aluno, em prol de sua liberdade. Em conjunto, entende-se a necessidade da atuação do judiciário na melhoria das leis a fim de modificar o sistema brasileiro que permite o casamento de maiores de 16 anos - e, em certos momentos, até de menores.