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Enviada em: 09/07/2018

Colocar um novo ser no mundo exige dos pais muito mais que amor e cuidado. Requer renúncias, decisão e comprometimento ao novo trabalho de educar. Contudo, crianças, menores de 18 anos e férteis, por estarem ainda em processo de desenvolvimento hormonal, amadurecimento sexual e formação intelectual, são mais vulneráveis a complicações em gestações e relacionamentos. Esse é o maior problema que o casamento infantil revela: a desregulação capaz de provocar problemas sociais na sociedade do século XXI.        A união precoce atualmente se dá, em grade parte dos casos, devido a gravidez e cultura. É como acontece com as lagartas ao passarem pela metamorfose. A realidade modifica drasticamente depois que elas passam dias no casulo. Assim também são com as moças jovens que se casam enquanto crianças e deparam-se com uma realidade totalmente adversa a de costume. Muitas vezes as situações que lhe são impostas acompanham a violência, o analfabetismo, a morte e o desenvolvimento de transtornos psíquicos. É por isso que o casamento infantil pode desmembrar uma sociedade de sua estabilidade.         Em decorrência disso, não somente os índices de educação, saúde e emprego de mulheres no mercado de trabalho despencam, mas também a economia e a saúde mental das jovens unidas a homens antes da maioridade. Isso devido a alteração na ordem de acontecimentos favoráveis ao desempenho ideal. É como alterar a ordem da vida em que todos nascem, crescem, reproduzem e morrem, colocando a reprodução antes do crescimento. Nem o corpo nem a vida estão adaptados a sofrerem alterações bruscas no progresso imposto. Além disso, ao casarem, muitas dessas jovens deixam as escolas para dedicarem ao lar, filhos e esposo, fazendo com que a formação seja interrompida. Ainda, o abandono da trajetória favorável ao desempenho leva à frustração, depressão, tristeza, angústia, suicídio, desnutrição e até mesmo, o óbito.        É devido a isso que novas medidas devem ser adotadas para que a união matrimonial de crianças seja interrompida a fim de resolver os problemas sociais e pessoais trazidos por ela. Dessa forma, é dever do Ministério da Justiça colocar em vigor e modificar a lei que permite menores casarem com consentimento dos responsáveis, para o casamento permitido apenas para maiores. Assim, o sim autoritário partirá dos envolvidos e mitigará os impactos transcritos pelo casamento infantil. Junto a isso, cabe ao Estatuto da Criança e do Adolescente a fiscalização das uniões precoces já realizadas e a instrução devida, através de visitas periódicas, para que violência, morte, doenças e outras complicações sejam evitadas e reduzidas no meio social.