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Enviada em: 04/07/2018

O casamento - um contrato social entre duas pessoas, em que são estabelecidos vínculos matrimoniais - existe há muito tempo, sendo muito utilizado na Idade Média como forma de ascensão social entre a burguesia e a nobreza. Atualmente, embora essa distinção de classes não seja mais utilizada, o matrimônio ainda possui essa função, mas com caráter comercial - principalmente em casamentos infantis, em que famílias pobres vendem, doam ou trocam seus filhos para homens desconhecidos, até 4 vezes mais velhos e, assim, asseguram uma certa estabilidade financeira.     A problemática encontra-se no fato de que ao serem entregues para homens muito mais velhos, essas crianças - cujas principais vítimas são meninas de 10 a 14 anos, segundo dados da Plan International Brazil -, perdem seus direitos civis por estarem sujeitas à servidão doméstica, abusos, violência física, psicológica e sexual. Além de não poderem mais estudar - por serem obrigadas a servir ao marido e à casa, sendo submetidas à uma exploração machista em que a mulher não possui direitos básicos para garantir educação ou uma renda -, brincar e agir como crianças, considerando que é esperado que elas tornem-se e comportem-se como mulheres adultas aos 10 anos de idade.    Ademais, essas meninas ainda correm o risco de engravidar precocemente, com vários riscos à saúde - podendo levar à morte e a casos de depressão -, visto que não possuem um corpo formado para a concepção de um filho e nem maturidade o suficiente para criarem um bebê. Um exemplo que mostra a realidade de garotas menores de idade submetidas a casamentos arranjados, é o filme libanês "Nour", o qual retrata a vida de uma menina de 14 anos - mostrando as consequências perversas do casamento infantil - que é obrigada a casar-se com um homem rico, sendo estuprada por ele na noite nupcial.    Portanto, mudanças devem ser feitas para cessar o matrimônio infantil. A começar cabe às organizações de proteção à criança, como a Plan Brazil, a promoção de propagandas, via rádio, TV e Internet, que expliquem sobre os malefícios causados às garotas que são submetidas a viverem com homens mais velhos, mostrando dados de mortalidade infantil relacionadas ao casamento precoce, a fim de que a população compreenda o mal que esse ato causa, não o apoie e denuncie casos ilegais. Outrossim, cabe aos Governos Federais dos países aumentarem a idade mínima necessária para o casamento, considerando que permitir a união de adultos e crianças fere a dignidade e tira os direitos civis de jovens e adolescentes; além de promoverem auxílios para famílias carentes - doando cestas básicas e porcentagens de dinheiro - a fim de que elas não precisem vender seus filhos para garantir a sobrevivência. Dessa maneira, será possível cessar e diminuir o casamento infantil no século XXI.