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Enviada em: 09/07/2018

Segundo o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade funciona como um corpo biológico em que o mau funcionamento de uma das partes provoca um colapso total. Paralelamente a isso, há o aumento do número de casamentos infantis na idade contemporânea gerando consequências, as vezes, irremediáveis na vida das crianças. Portanto, é necessária a mobilização social para que haja redução dessas uniões, visto que esse problema seja atual, conquanto tenha arraigados fatos históricos com consequências pautadas no socioculturalismo.      Em primeira análise, historicamente inferindo, na Grécia Antiga o casamento e a maternidade infantil precoces para as meninas eram incentivados. Também os meninos eram esperados se casarem antes de chegarem a idade de 18 anos. Além disso, na China imperial o casamento infantil era norma. Com isso, não só no passado, como também na contemporaneidade, em alguns países, como na Índia, o casamento infantil é culturalmente aceito e quanto mais novas as noivas, mais alto os valores dos dotes oferecidos por elas, sendo vendidas pelas famílias ao noivo que pagar o preço mais alto, independente da idade dele. Essa coisificação das filhas, vistas como objetos a serem vendidos como uma solução para problemas financeiros que as famílias enfrentam ou como uma fonte de renda para os pais, tem influência de uma cultura capitalista, e suas famílias as vendem até mesmo contra a sua vontade, negociando-as, sem pensarem nas consequências como violência doméstica, por exemplo, que elas podem sofrer.     Ademais, o ideal da sociedade machista em que as mulheres devem ser submissas aos homens, leva a difusão de uniões precoces em que há maiores casos de violência doméstica e abuso sexual infantil, pois a satisfação do parceiro é vista como obrigação delas, mesmo contra a sua vontade, o que acarreta problemas emocionais diversos. Junto a isso, há o problema da gravidez precoce e a mesma pode gerar a morte das mães durante o processo, a incidência de meninas que morrem é alta entre 15 e 19 anos, e até mesmo seu isolamento social. Além disso, de acordo com pesquisas da UNICEF a taxa de casamentos na África antes dos 18 anos de idade é de 70% e em continentes pobres, como o africano, não há amparo adequado na área da saúde para essas mães e seus filhos, quando os mesmos conseguem sobreviver.       Destarte, é necessário que a sociedade se importe mais com as crianças e adolescentes. Para isso, as autoridades de cada país, junto com a aprovação social, devem instituir uma lei constitucional que proíba o casamento de menores de 18 anos. Agindo também por intermédio da educação, difundindo a importância da formação escolar nessa fase da vida e ressaltando sobre os riscos que o casamento infantil causa na saúde e na vida social das crianças.