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Enviada em: 19/07/2018

No livro A cidade do Sol de Khaled Hosseini, Miriam foi entregue pelo pai a um homem mais velho, quando tinha apenas 15 anos, para que se casasse. Porém, longe da ficção, infelizmente, essa realidade ainda persiste no Brasil. Seja pela preferência dos homens adultos ou até mesmo por uma gravidez precoce, o casamento infantil é recorrente no coletivo e precisa ser atenuado.       Em primeira instância, cabe destacar o padrão de relacionamento atual do público masculino. Segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, vive-se hodiernamente uma modernidade líquida puramente individualista. Isto é, uma cultura hedonista, na busca por prazeres pessoais e volúveis em detrimento ao coletivo. De maneira análoga, muitos homens com a intenção de satisfazerem seus desejos sexuais e resgatarem sua suposta juventude, optam-se por casar com meninas mais jovens. No entanto, muitas ficam submissas à figura marital e inclusive vulneráveis a abusos e a violência doméstica.       Por outro lado, um dos fatores que facilita a problemática é a gravidez ainda na adolescência. Sob a ótica durkheimiana, a anomia social é´quando um acontecimento padrão, atrapalhando a lógica harmônica e coletiva de progresso social. Isso porque, a gravidez precoce vem acompanhada de um casamento também antecipado, o que acarreta majoritariamente na evasão escolar de muitas adolescentes. Dessa forma, milhares de jovens ficam restritas à apenas a funções domésticas e limitadas a seus espaços.       Infere-se, portanto, que o drama do casamento infantil é consternador na sociedade brasileira. Por isso, é necessário o Ministério da Saúde em parceria com a escolas, através de palestras e oficinas, instruir sobre os perigos e consequências da gravidez precoce para emponderar e incutir a responsabilidade nos jovens e adolescentes. Ademais, é fundamental que o poder executivo aliado ao legislativo modifiquem a lei, proibindo o casamento para aqueles que não tem idade núbil a fim de proteger a integridade juvenil e supostos abusos. Já a mídia pode, por meio de seu alcance propagandístico, informar os cidadãos sobre essa problemática com o intuito de mobilizá-los para essa luta. Só assim, poder-se-á verificar una sociedade mais harmoniosa e comprometida com o bem-estar geral.