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Enviada em: 27/07/2018

O sonho se torna um pesadelo       No livro "Lolita" é abordado o impasse da relação afetiva entre adultos e crianças, uma vez que uma garota de 12 anos se relaciona com um homem de 45. Esta problemática não é exclusiva dos livros, mas também ocorre na vida real desde os tempos antigos até a contemporaneidade.       Partindo desta premissa, sabe-se que os casos de casamento infantil se fazem mais presentes na vida de meninas, as quais não têm preparo físico e psicológico para arcar com as consequências de um amadurecimento tão precoce. Além disso, dificulta o acesso à educação e ao desenvolvimento individual, que são direitos bravamente defendidos pela ativista social Malala Yousafzai. Não exercer tais direitos torna as garotas cada vez mais submissas e manipuláveis.    Ademais, segundo a UNICEF, as meninas noivas têm mais probabilidades de vir a ser vítimas de violência e de serem infectadas com doenças sexualmente transmissíveis, os quais são casos de segurança e saúde pública.       Além disso, apesar da existência de projetos e leis que regulamentam a idade mínima de 18 anos para que haja matrimônio, as brechas contidas nestas leis viabilizam infrações. Por esta razão as relações ilegais vêm aumentando e tornando a fase que deveria ser feita de sonhos em um pesadelo.       Portanto, fica evidente que o casamento infantil no século XXI é um problema que requer intervenção imediata. Cabe à Organização das Nações Unidas promover reuniões com os representantes legais de todas as partes do mundo para alterar as leis existentes com a finalidade de impedir as brechas, bem como a aplicação de penalidade adequada aos adultos que as descumprirem. Desta forma, teremos mais crianças livres para traçar a linha do próprio futuro, evitando o sofrimento e a submissão pois, como disse Foucault: onde há poder, há resistência.